quinta-feira, 16 de outubro de 2014

O mundo ao contrário

Estava a ler esta notícia e achei que o mundo está mesmo ao contrário. Cada vez mais as mulheres são pressionadas para não ter filhos, para privilegiar a carreira, para ser tão profissional quanto podem ser, porque supostamente as oportunidades são "iguais". 
Eu gosto do meu trabalho, quero subir, ter uma carreira. No entanto, NUNCA porei um emprego por cima da minha vida familiar, da possibilidade de ter filhos. A solução não passa por oferecer um programa de congelamento de óvulos às funcionárias, isto é inaceitável. Alguma vez está certo uma mulher (ou homem) esperar até aos 50 anos para ser mãe (pai)? 
Os EUA são muitas vezes considerados o país de sonho para trabalhar, para viver o "sonho americano", mas basta ver um artigo como este artigo para ver a verdade: praticamente nenhum sistema de saúde pública, educação muito pobre (relembro que há estados onde apenas se ensina o creacionismo), um índice de gravidez adolescente dos mais altos do mundo "desenvolvido", 10 dias de férias ao ano, etc, etc. 
Eu, que AMO viver na Europa, onde continuamos a ter muitos mais direitos que o americano médio, onde é normal que uma pessoa se beije antes de casar (não vou por mais links, procurem quiverfull movement no google), onde ficamos revoltados se nos reduzem os nossos direitos de saúde (pagamos muitos mais impostos também), e onde uma mãe tem o direito a ter um filho e a ter entre 4 meses (Portugal) e 1 ano (Suécia, Noruega, etc) de licença de maternidade, sem por isso ser despedida. Acredito que se deve dar o mesmo direito à mãe e ao pai para que possam partilhar uma licença por maternidade que possa ir até 1 ano. Não dar condições para uma mulher congele óvulos e adie eternamente a maternidade. Isto parece-me assustador e uma grande falta de respeito. 
Um dia, quando morrermos, não é do nosso chefe que nos vamos lembrar, vamo-nos lembrar do nosso marido, dos nossos filhos, dos nossos netos. As alegrias vêm da família e dos amigos, o trabalho é um meio para conseguir viver bem e disfrutar da companhia das "nossas pessoas". 

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Nobel da Paz

Desde que este prémio existe, muitas vezes a sua atribuição foi injusta (sim, estou a falar do Obama, ou do Henry Kissinger, to name a few). O Gandhi nunca ganhou, a Eleanor Roosevelt também não, nem a Corazón Aquino. 
Mas este ano fez-se justiça: Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi, uma jovem de 17 anos e o um homem de 60, ela muçulmana e ele hindu que lutam pelo mesmo objectivo: direito à educação, direitos das mulheres e das crianças. Porque este ano era muito importante mandar a mensagem ao extremismo, aos que crêem neste mundo que uma mulher ou uma criança é inferior, que se podem aproveitar dela porque não se sabe defender, que se podem casar com uma miúda de 10 anos só porque sim. 
Parabéns ao Comité, este foi merecido. Malala e Kailash: obrigada por serem uma inspiração.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Pensamento do dia

O mundo está muito mal quando se prefere falar de um abate de um cão que poderia estar infectado com ébola, do que discutir o que fazer para evitar que outras pessoas sejam contagiadas. Isto por estes dias aqui em Espanha está mesmo feio. Toda a gente a aproveitar-se de uma pobre mulher que sabe Deus se viverá por ter tocado na cara com uma luva (não o deveria ter feito, logicamente), falando do cão, dos ministros, fazendo comparações estúpidas.