segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Sabes que estás velha quando... # 8

Chegas a casa, ligas a televisão e está a dar "O Preço Certo" e não mudas de canal e dás por ti a rir com as piadas do Fernando Mendes e dos velhos que lá vão. 

Eric, Dylan, Jared, Seung-Hui, Jason, Adam... next?

Há uns meses vi um filme que me deixou sem palavras, um filme tão forte que tive dificuldades em dormir. Esse filme chamava-se "We need to talk about Kevin" e aqui há uns dias só me lembrava do filme, quando nos chegou a notícia que um rapaz de 20 anos decidiu entrar numa escola e matar a sua própria mãe e mais 25 pessoas, 20 das quais crianças entre os 5 e os 10 anos. A mãe foi a primeira pessoa quem ele matou na escola, sendo que supostamente já tinha morto um irmão antes. 
Todos os nomes que vêm no título correspondem a autores de massacres. Columbine, Tucson, Virginia, Aurora, Newtown. Todos eles jovens, decidiram um dia agarrar em armas e matar todos os que lhes aparecessem. Não há desculpa nenhuma para isto, mas gostaria aqui de oferecer alguma explicação (de leiga claro) sobre o que pode ser feito para evitar que mais coisas destas aconteçam. 
Todos estes rapazes, além de um fácil acesso a armas, sofria de algum tipo de distúrbio mental. Não estou a dizer "ah e tal, coitadinho que era maluquinho", mas estou a dizer que muitas vezes as pessoas esquecem-se de considerar distúrbios mentais como uma doença, interpretando um síndrome depressivo como "timidez". 
Falo aqui de massacres nos Estados Unidos, um país onde qualquer um pode comprar uma arma, mas só se pode começar a beber aos 21 anos. Um país de contradições, pudico e liberal ao mesmo tempo. Terra de oportunidades e limitações. As pessoas nestas alturas focam-se logo na facilidade de obter armas. Concordo que é ridícula e prefiro um sistema como o europeu. Concordo que não deve haver um mercado liberalizado de armas, que uma pessoa normal possa comprar uma arma sem mais. Mas acho que só isto não explica, até porque mesmo que fosse proibido, uma pessoa com um desequilibro destes conseguiria sempre atingir o seu fim (vejam o já referido filme, SPOILER: ele usa um arco e uma flecha). No entanto, vou preferir criticar outra coisa do sistema americano: o sistema nacional de saúde. Não há qualquer sistema que seja perfeito, mas nos EUA quem não tem um seguro de saúde não tem acesso a qualquer tipo de cuidados médicos. 
Li aqui um artigo que realmente me impressionou. É uma mãe que tem medo do seu filho de 13 anos que já ameaçou matá-la e matar-se a seguir. Tem um QI fora do normal e ninguém lhe pode fazer nada. Os hospitais psiquiátricos dizem que só quando ele cometer um crime é que se pode controlar. Os maiores centros psiquiátricos dos EUA são hoje Riker's Island, LA County Jail e Cook County Jail. Leiam este artigo por favor, e vamos dar importância às doenças do foro mental e psicológico, vamos estar atentos a sinais. Vamos tentar que esta história não se repita, que possamos mandar as nossas crianças para a escola descansados. E vejam o filme. Mesmo. 

Actualização: mais sobre o factor "mental illness" aqui.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ódios de estimação # 2

Ana Drago

Na verdade, poderia incluir aqui todo o Bloco de Esquerda com dirigentes e ex dirigentes como, por exemplo, o Daniel Oliveira (a sério Expresso, porque ainda dás uma coluna a este atrasadinho?) ou o meu querido ex-professor Francisco Louçã (fui a 2 aulas). Mas a personagem que de verdade me dá pele de galinha é a Ana Drago. Socióloga de profissão, ou melhor, de estudos, que esta senhora também nunca trabalhou, acha-se a dona da verdade. No fundo é uma miúda totalmente sem educação e sem argumentos, uma vez que, quando alguém entra em debate com ela parte logo para a gritaria. As ideias que defende são como o próprio partido: ocas e desviadas da realidade. Pertence ao grupinho da hipocrisia exponencial. Ao grupinho que fala de "caridadezinha" mas que nunca contribuiu para melhorar a vida de ninguém. Ao grupinho do "eu tenho razão porque sim e porque sou um grande intelectual e ouço Sérgio Godinho". Tenho vergonha de ter gente desta na Assembleia. Simplesmente detesto-a. Ponto. Final. Parágrafo. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ódios de estimação # 1

Creio que todos nós temos algum ódio de estimação. Muita gente diz que não, que nada a irrita especialmente, mas eu acho que isso é mentira. Seja uma miúda que roubou o namorado, um actor que assim que aparece na televisão nos dá um arrepio mau, um músico ou um político, toda a gente tem alguém ou algo que não suporta. Eu confesso: tenho bastantes ódios de estimação, pelo que acho que esta rubrica tem futuro. Vamos começar por um já antigo mas nem por isso desactualizado: 

Margarida Rebelo Pinto.
Pois é, já escrevi aqui uma vez sobre uma crónica intitulada "As Gordinhas" que esta pseudo escritora publicou no Sol (já agora, o Sol não tem revisores? Não pretendia ser o "Novo Expresso"? Mal jogado senhores, mal jogado). Mas não é só por causa dessa crónica que não a posso nem ver, porque esse texto foi só mais uma prova que esta senhora tem o cérebro ligado ao intestino grosso. Ainda no Sábado, no i, comparava-se a Murakami e a Graham Green (ahahahahah) e dizia que "Jorge Luís Borges, que é o pai da literatura moderna, diz que andamos sempre a escrever o mesmo livro". Realçou que é mentira que escreve sempre o mesmo livro, porque "Por exemplo, no “Amor É Outra Coisa” eu fiz uma coisa que nunca tinha feito: fiz uma narrativa em paralelo, com uma fábula" e fala vezes sem conta da fábula da cegonha e de como se informou sobre cegonhas etc etc. Também diz que as críticas lhe são indiferentes porque vende mais que ninguém. Bom, os ciganos também vendem muito e nem por isso têm qualidade. Além de que, quando o João Pedro George escreveu um livro criticando as suas "obras" e disse que basicamente ela só faz copy paste, ela tentou bloquear a publicação desse livro. Engraçado.   

domingo, 25 de novembro de 2012

Obrigada ZON...

… Pelo novo canal da Globo. É que desde que isto existe a minha televisão está sempre no canal 10, papo as novelas todas, séries e ainda filmes. By the way, agora mesmo está a dar o filme "Meu nome não é Johnny". Já vi mas vou ver outra vez, muito bom. Recomendo e é baseado numa história real. 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A esquerda caviar e a defesa do indefensável

Existe em Portugal e também noutros países do mundo o fenómeno da esquerda caviar.  Esta esquerda normalmente é representada por pessoal cool, que gosta de usar calças de ganga e ténis no Parlamento, que normalmente chama fascista a quem não concorda com o que eles dizem, e que está em tudo quanto é manifestação. Normalmente são muito coerentes, atacando a capacidade bélica dos Estados Unidos, mas defendendo o Irão e a Coreia do Norte, atacando os ricos e chamando-os de fascistas, mas vivendo em boas casas e indo ao Bairro Alto e a tudo quanto é restaurante da moda. 
Vem este tema ao caso por duas razões distintas. Antes de mais, devo fazer aqui uma declaração de interesses. Desde os meus 18 anos que só votei uma vez mais à direita. De resto, sempre centro esquerda. Por isso penso que não sou suspeita para falar. 
Estes amiguinhos da esquerda caviar em Portugal normalmente estão filiados no Bloco de Esquerda, esse grande partido que contribui com tantas propostas viáveis para o nosso país como eu contribuo para investigações sobre física quântica, ou seja, nada. Normalmente centram a solução para a crise que eles também ajudaram a criar (não os vejo a abdicar de financiamento de campanhas nem nada) num imposto sobre "grandes fortunas". Esquecem-se que no dia que esse imposto fosse aprovado, tudo quanto é grande fortuna bazava do nosso jardinzinho. E ninguém ia pagar esse impostozito. Mas pronto, a capacidade de pensar mais além não é muita. Aliás, basta ver a "igualdade" que defendem, atacando tudo quanto são "patrões", incluindo os das pequenas empresas que se esfalfam a trabalhar para manter trabalhadores. Sim, muito injusto, mas quando se trata de aumentos para a função pública, aí a conversa já é outra. Montes de gente no desemprego e a ganhar o salário mínimo, mas estes queridos estão sempre do lado dos funcionários que não podem ser despedidos e que não falham um aumento. 
Mas como disse antes, escrevo este post por duas razões. É que estes amigos gostam muito de defender o que não é defensível. Exemplo número 1: a "greve geral" (só para alguns) e a vergonha que aconteceu depois em frente à Assembleia. Antes que me comecem já a chamar fascista, deixo claro que sou contra qualquer tipo de violência. Mas não sou contra que a polícia reaja depois de estar 2h a aturar manfios que estiveram a destruir património para atirar tudo quanto era pedras e garrafas de jolas de cara tapada aos polícias. E desculpem lá, a partir do momento que essa gentalha começa a fazer isso, as pessoas de bem só têm é de se ir embora. Não têm de ficar a ver à espera de que alguém se passe, como aconteceu. Claro que os defensores da moral marxista e trotskista vieram logo chamar fascistas aos polícias, ao ministro, e a todos os que defenderam a polícia. Quando se esgotaram os argumentos, disseram que os idiotas eram das claques de futebol. Não discuto, mas não eram só de claques. Por exemplo, estavam lá estivadores, esses coitadinhos que nos estão a fazer perder dinheiro todos os dias. Uma vergonha portanto. Isto revolta-me. Simplesmente. 
O segundo caso prende-se com a concepção geral de que quem tem dinheiro é fascista e se se dedica a causas nobres é por caridadezinha. Falo, está claro do caso da Isabel Jonet. Vou ser sincera, se eu tivesse o dinheiro que ela tem não sei se dedicaria 20 anos a uma causa como o Banco Alimentar, portanto dou-lhe muito valor. Agora ela cometeu um grande erro: disse que os portugueses têm de se adaptar a viver com menos dinheiro, porque viviam muito acima das suas possibilidades. Vi o vídeo e foi isto que retirei das declarações dela. Dou de barato que deu exemplos um bocado tontos, mas na essência foi isto. Estes mestres da igualdade até já queriam fazer boicote ao Banco Alimentar, que dá de comer a tanta gente. Já fiz voluntariado no Banco Alimentar e garanto que é uma loucura a quantidade de comida que lá chega. Nunca vi lá meninos de arafat ao pescoço, mas vi muita gente "fascizóide". 
Resumindo, gostaria que estas pessoas um dia tivessem vergonha na cara e fossem menos hipócritas. Sim, hipócritas, porque enquanto uns andam a ir fazer fila para o BA, eles sim andam a comer bifes no Café de São Bento. 

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Sabes que estás velha quando... # 7

Achas que tens mais direito a ir sentada no metro do que as outras pessoas, especialmente miúdos porque "tenho dores crónicas nas costas" ou "já não aguento com os pés". E ainda reclamas quando vês os miúdos sentados ou a passar a correr. 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

31 anos

Os meus pais fazem hoje 31 anos de casados. Sim 31. E quando se casaram levavam 5 anos de namoro na bagagem, ou seja, os meus pais estão juntos há 36 anos. Uma vida. 
Os meus pais são para mim um exemplo, por diversas razões. Pela vida muito difícil que tiveram (o meu pai especialmente), pelo apoio que sempre recebi, pela educação que me deram, e pela relação que têm. Sim, depois de 36 anos juntos, ainda andam de mão dada na rua e ainda é um drama se passam uma noite separados. 
Calculo que em 31 anos de casamento tenham passado no máximo 10 noites separados. O meu pai deixa a minha mãe no trabalho todos os dias e vai buscá-la, e chegaram a trabalhar no mesmo sítio, a estar 24 horas juntos. 
Não vou mentir, claro que houve problemas, muitos problemas até. Discussões, momentos de tensão, uma depressão da minha mãe pelo meio. Mas superaram tudo, e por isso é que são o exemplo que são. Porque souberam superar egoísmos e maus momentos. Porque continuaram a amar-se. Porque hoje o balanço é muito positivo. Porque hoje ainda dão beijinhos e dizem que se amam um ao outro. E isso é bonito. 
E é por isso que apesar de todos os desgostos e má sorte eu ainda acredito que vou encontrar a minha cara metade, que vou casar com ela e que vai ser para sempre. Não tenho a certeza, mas acredito. Tenho esperança acima de tudo. 
E quem me pode criticar por ter esperança? 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Spin off...

Resolvi criar o meu próprio blog sobre uma das minhas paixões: a cozinha! 
Vão lá espreitar, com a promessa de que em breve começarei a partilhar as minhas receitas!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Chefes...

Ando a trabalhar há 6 anos e já passei por muitos chefes. Uns muito bons, outros perfeitas crianças, outros que me mentiram e baixaram o meu rendimento anual... Já tive de tudo, uns melhores que os outros, mas pensei que depois do último (o tal do mentiroso que se esqueceu de me pagar o bónus e sugeriu que pedisse um empréstimo com esse fim) pensei que não podia piorar. Mas, como tudo na vida, claro que podia. 
Hoje vou falar da minha chefe. Vou falar porque já não aguento guardar isto para mim. Vou falar porque ela é desequilibrada e está-me a desequilibrar aos poucos. 
A minha chefe tem 54 anos e é viúva há 20. Já sei "coitada, sofre muito". Sim, é verdade, mas todos sofremos e não andamos a tratar mal toda a gente. A minha chefe tem dias que nem bom dia diz e depois é super mal educada para todos. A minha chefe tem como principal passatempo humilhar o nosso colega de 35 anos nas reuniões semanais. Mas humilhar mesmo, até burro já lhe chamou. A minha chefe chega às 11 da manhã, mas chamou-me à atenção por chegar às 9h30, mesmo sabendo que eu não vou tomar pequeno-almoço nem demoro 2h a almoçar como ela. A minha chefe tenta tratar-nos via política de medo, fazendo más caras e gritando quando algo não está mesmo como ela quer. A minha chefe muda de ideias a cada 5 minutos, tornando muito dificil a gestão dos temas que estamos a tratar. A minha chefe é como um marido violento. Bate-nos e depois dá-nos flores. A minha chefe diz que tem muitos problemas, mas não aceita os nossos. A minha chefe fez-me ficar numa 6ª feira até às 21h por uma coisa que não era importante, e noutra até às 19h sabendo que estava com 39º de febre, também por alguma coisa que não era importante. A minha chefe teve a lata de me dizer que eu lhe peço férias, quando ainda tenho 17(!!!) dias úteis para gozar este ano e quando tive de me ligar a 2 conferences calls nas minhas férias do Verão. A minha chefe é a causa para a minha colega estar no psicólogo. A minha chefe deixa-me nervosa e com vontade de lhe dizer tudo o que penso mas não posso. A minha chefe é a pior de sempre, uma cobra, uma víbora do pior, e todos os dias vivo uma espécie de terror psicológico. 
E não estou a exagerar, até fui bastante suave dada a gravidade do caso. E o pior? Ninguém mais nos apoia ou ajuda aqui. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Momentos de Mudança

Quando tinha aí uns 13 anos decidi que o meu sonho era ser jornalista. Assim daquelas à antiga, que vão para as zonas de conflicto, que fazem reportagens daquelas mesmo boas, daquelas que uma pessoa vê e pensa "bolas, nem sabia que isto existia". Ou então daquelas que faz entrevistas a grandes personalidades, que os faz corar, que é implacável mas educada. 
Nessa altura, haviam três pessoas que eram a minha absoluta referência: o Miguel Sousa Tavares, a Margarida Marante e a Cândida Pinto. Nessa altura, escrevia cartas e cartas para a Grande Reportagem, a comentar artigos. Uma dessas cartas chegou a ser publicada, e eu não cabia em mim de contente. 
Hoje, a Margarida Marante já não está entre nós, depois de nos últimos anos ter completamente desaparecido, o Miguel Sousa Tavares é comentador e escritor e eu não consigo ler os seus livros. A Cândida Pinto, no entanto, continua a ser uma referência para mim. Apesar de ter seguido uma coisa totalmente diferente, continuo a acreditar que tenho um bichinho do jornalismo aqui dentro, e cada vez que vejo alguma coisa dela valido porque continuo a achar que ela é a melhor. 
Isto tudo para dizer que ontem vi o Momentos de Mudança, o novo programa da Cândida Pinto e da sua equipa de também grandes jornalistas. Há muito tempo que não via uma coisa de tanta qualidade. O tema ontem era dado a sensacionalismos, pessoas que vivem com o HIV. Normalmente, quando se faz este tipo de programa, sobre seropositivos, entrevistam-se prostitutas, toxicodependentes, etc. A equipa do Momentos de Mudança quis realmente contribuir para acabar com preconceitos e seguiu a vida de uma miúda de 19 anos, alentejana, que nasceu saudável mas que ficou com o HIV através da amamentação, a Alexandra. A mãe da Alexandra não sabia que era seropositiva, não sabia que o virus se podia passar através da amamentação, tinha de ir a Lisboa para dar os tratamentos adequados à Alexandra. Os pais da Alexandra não correspondiam ao estereotipo de seropositivos. Casados há 20 anos, ficou por saber como foram infectados. Mas a sua vida no dia a dia é igual à de tantos outros portugueses. Excepto na parte em que vivem com um estigma gigantesco, com 300 Euros por mês (o custo dos medicamentos ultrapassa os 500) e com uma grande vontade de dar uma vida normal à Alexandra. 
A Alexandra tem muitos sonhos, entrar na faculdade e tirar um curso superior, casar, ter filhos. E é impressionante o optimismo desta miúda, mas também o realismo de saber que os seus pais podem ficar muito doentes e morrer a qualquer momento e é bem possível que ela não chegue a encontrar ninguém nem a ter filhos. Já entrou na faculdade. Espero sinceramente que alcance todos os seus sonhos. Ela merece. 
E obrigada à SIC e a esta equipa por nos dar a conhecer estes casos, estas histórias. Faz falta. 

domingo, 21 de outubro de 2012

Cooking Sunday

Já escrevi aqui o quanto gosto de cozinhar. É a minha terapia e não me canso dos tachos. 
A semana passada foi horrível, e Sexta-Feira resolvi ficar em casa e cozinhar. Fiz empadão de carne, sobrou imenso, mas demos cabo dele Sábado ao almoço. Hoje decidi aproveitar o Domingo chuvoso para voltar à cozinha. O meu almoço foram ovos Benedict. O molho holandês não ficou perfeito, mas o sabor estava bom. Depois fiz bolo de iogurte com banana e agora tenho sopa ao lume. 
Amanhã vou trabalhar bem mais relaxada depois deste fim de semana de cozinha, descanso (dormi como se não houvesse amanhã) e filmes. 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Outono / Inverno

Não, este não é um post sobre as tendências para a estação. Eu de moda entendo o básico e pouco me importa a tendência militar ou os novos ténis com salto (sinceramente, eu ando de ténis precisamente para não calçar saltos... para quê tornar o confortavel em desconfortavel?). Neste post vou falar do quanto eu adoro esta altura do ano. 
Assim que chega o primeiro friozinho que me faz vestir uma sweatshirt em casa fico logo contente. Sim, gosto do verão, mas quando vou à praia. De resto odeio o calor abrasador que faz aqui em Madrid, a tensão baixa, os pés inchados. Sou uma pessoa de Outono e de Inverno, de chás com bolos acabados de fazer, de tardes com manta e filmes, de sobretudos e de horas na cama a ouvir a chuva a cair. Amo as cores do Outono, as folas avermelhadas dando os primeiros sinais de que as árvores ficam nuas em breve. Adoro fazer batatas doces no forno e comer castanhas. E, claro, adoro o Natal! Novembro e Dezembro devem ser os meus meses favoritos, logo depois de Abril. 
Um dia, se me casar, será no Inverno. Toda a gente acha que sou maluca, mas não resisto à tentação de imaginar um casamento tipo "Winter Wonderland". 
Aqui em Madrid já ando com o sobretudo e nos pés da cama já está a minha mantinha para aquecer os pés enquanto vejo séries e oiço a chuva a cair. Sábado vai ser dia de fazer o bolo e Domingo espero não fazer absolutamente nada se não ver filmes e beber chá. E, claro, bem acompanhada. 

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Sentir Saudades

Todos os dias sinto saudades. Saudades dos meus amigos em Lisboa, dos meus pais e da minha família que não vejo há 1 mês. Tenho muitas saudades do meu querido avô que já partiu há 8 anos, mas que parece que foi ontem. Estas saudades são quase imperceptíveis, no sentido em que se traduzem numa memória, num pensamento, e só doem de vez em quando. São saudades permanentes, e já inerentes ao dia a dia de quem vive fora. No entanto, há muito tempo, mas mesmo muito, que não sentia daquelas saudades que mexem com o nosso sistema. Daquelas que nos fazem desejar o dia do reencontro, o abraço, o beijo. 
Este fim de semana (apesar de fantástico) senti. 

E o reencontro foi tão bom. 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

WTF?

Prémio Nobel da Paz para a União Europeia... É o chamado perfect timing! 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Sabes que estás velha quando... # 6

O teu ideal de fim de semana bem passado implica um hotel no meio do nada, um spa, bons almoços e jantares e muitas horas de sono em vez de festa e discotecas.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sabes que estás velha quando... # 5

A tua ideia de um domingo bem passado é estar toda a tarde a ver filmes com uma manta e chá em casa, seguido da gala da casa dos segredos. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sabes que estás velha quando... # 4

Tens de entrar outra vez em casa 3 vezes para garantir que realmente não te esqueceste de nenhuma luz acesa e ainda assim vais para o trabalho com a sensação que algo não ficou bem. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Livros

Desde muito pequena, ou melhor, desde que aprendi, que adoro ler. Começou pelos livros da Anita, passou pelos "Uma Aventura", "Clube das Amigas" e mais umas colecções dessas de mistérios que me entretiveram tanto. Mais tarde, mais ou menos no 5º ano, li "O Diário de Anne Frank", como não podia deixar de ser. Lembro-me que foi o primeiro livro mais sério que li, uma história real e logo tão triste. 
A minha paixão pela leitura não esmurece, pelo contrário, cresce de dia para dia. No entanto, confesso que tenho um pequeno problema... Quando leio algum livro de um autor e gosto, a minha tendência é para ler TODOS os livros desse autor assim de enchurrada. 
Tudo começou com a Marion Zimmer Bradley. Um dia uma amiga emprestou-me um livro chamado "Presságio de Fogo", romance histórico sobre a guerra de Troia. Adorei o livro, então passei para as Brumas de Avalon. Devo ter lido os 4 livros num mês (se não menos) e passei para o Salto Mortal (que incluo nos meus preferidos de sempre). Seguiu-se "A colina das bruxas", "Casa da Floresta", "A queda da Atlântida", etc. Quando dei por mim tinha lido quase tudo dela, e foi aí que descobri a Colleen McCullough. Li desde "Pássaros Feridos" ao "Tim", passando pelo "Toque de Midas" e "A Casa dos Anjos". Sim, são livros meio light, embora considere o "Pássaros Feridos" épico e muito bem escrito, mas eu devorava estes livros. 
Depois destas duas senhoras decidi ler o "Cem Anos de Solidão" (mais um dos meus favoritos). Escusado será dizer que li quase tudo do Gabriel Garcia Marquez. Durante 1 ano só havia Garcia Marquez lá em casa. 
Passei por um período de maior abertura, que li Kafka, Milan Kundera (Insustentável Leveza do Ser é das melhores coisas que já li), A trilogia Millennium, os policiais da Asa Larsson, e um ou outro também agradáveis mas que não marcaram. 
Até o dia em que peguei num livro chamado "Tokio Blues / Norwegian Wood" e voltei a ter um escritor preferido, Haruki Murakami. Há muita gente que não gosta dele, muita gente que diz que gosta mas que eu acho que não percebe minimamente a obra, gente que o venera. Incluo-me no último grupo. "Kafka à Beira-Mar" e "Crónica do Pássaro que dá Corda ao Mundo" são simplesmente espectaculares. Já falei do estilo de escrita noutro post portanto não me vou alongar. Isto tudo para dizer que já li tipo 10 livros dele e não me farto. Ainda no outro dia comprei o primeiro volume do 1Q84 e comecei a ficar nervosa de acabar e não ter o segundo, então já comprei os outros dois volumes. Até agora estou a gostar muito, mas mesmo muito. Quando acabar já desenvolverei a minha critica (vai ser totalmente enviesada). 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sabes que estás velha quando... #3

Tens 3 casamentos de amigos no espaço de 4 semanas, e no entanto tu nem a cama partilhas ainda. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Pessoas que me pergunto "Porque raio decidiste começar a cantar e conseguentemente infernizar a minha vida?" # 1

No outro dia decidi ir a Portugal de carro. Durante as 12h de viagem (6h para lá mais 6h para cá), as minhas amigas repararam que digo muitas vezes relativamente a músicos "odeio este gajo/gaja, se o apanho na rua dou-lhe 2 pares de estalo e pergunto mas porque é que decidiu começar a cantar!". Elas apostaram que eu chegava aos vinte artistas contemplados com o meu ódio de morte. Vamos ver se acertaram... 

Neste primeiro post temos, por ordem de poder de irritação:

#1 - James Blunt. A sério, ele estava tão bem no exército... porque decidiu começar aos gritos "You're Beautiiiifffffuuuuuullll"? Todas as músicas são uma depressão (sim, aquela tentativa que teve de fazer uma música mais "mexida" ainda a tornou mais deprimente). Juro que se o James Blunt estivesse numa passadeira eu não parava! 

#2 - André Sardet. A sério, dois pares de estalos e a recomendação de deixar de ver filmes românticos. 

#3 - James Morrison. No início até achava piada, mas depois de passarem as músicas "You give me something" e a outra com a Nelly Furtado 300 000 vezes no espaço de 2h na rádio a voz dele começou a irritar-me. Parece que os James estão em força.

#4 - Scorpions. Podem ficar chocados à vontade, odeio a voz, odeio as músicas, a boina à puto estúpido, TUDO! 

#5 - Mafalda Veiga. Nem vou desenvolver muito, aquele ar de boazinha a cantar músicas de boazinha e bla bla bla não pode piorar... ou melhor, pode, como veremos no número 6.

#6 - João Pedro Pais. Tem 1,50m mas muito poder de irritação... As músicas todas iguais, o ar de "Brian Adams" da Tugolandia... Não há quem aguente... Só piorável quando se junta com a Mafalda Veiga, o que resultou no dueto mais intragável da história da música.

#7 - Pablo Alborán. Então eu já tenho de levar com espanhóis todos os dias e ainda me obrigam a ouvir este pane***ro com a Carminho em Portugal? Carminho, gosto tanto de ti, mas o que é que te deu??? E ainda o acham lindo??? Com aquele cabelo e ar de "sou tão xuxu"... MENOS!

#8 - Enrique Iglésias. A carreira deste jovem nunca devia ter começado. Tinha-nos poupado a mais um a fazer ar de "sou um cabrão mas no fundo sou bom menino" em 300 videoclips com gajas boas. 

#9 - Melendi. Para quem não sabe, este senhor é muito famoso em Espanha. Tem letras lindissimas donde constam frases como "mis sentimientos van en chanclas, los tuyos visten de Dior". Preciso justificar mais? 

#10 - Alejandro Sanz. Se pudesse matar uma música seria a "looking for paradise", este menino a cantar em inglês com o seu maravilhoso sotaque espanhol é qualquer coisa, a única parte que faz bem é o Ohhhh Ohhhh Ohhh

Brevemente apresento os próximos 10. 


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sabes que estás velha quando... #2

O teu corte de cabelo trimestral tem de ser acompanhado por um banho de cor no cabelo por causa dos cabelos brancos... 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sabes que estás velha quando... #1

A tua prima de 15 anos que antes delirava com a possibilidade de fazer algum programa contigo diz que não pode ir contigo à praia porque "não sabe se tem alguma outra coisa para fazer". 

A aproximação aos 30 é fo**da... 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Austeridade

Até este momento sempre tentei ver a austeridade como necessária para compensar anos e anos de má gestão financeira. Concordei com aumento de IVA, cortes de subsídios na função pública (pelo simples facto de serem muito mais beneficiados do que os privados, basta apontar que não podem ser despedidos), etc. Vi a empresa do meu pai acabar muito à conta da austeridade, vi-me a fazer contas à vida, mas ainda assim defendi tudo. Vi a balança comercial começar a equilibrar, o spread dos cds a descer, a curva a inverter e isso deu-me esperança. Apesar de nunca ter votado neste governo e nem simpatizar com o Primeiro-Ministro, dei-lhe a minha confiança, achei que ele ia dar a volta a isto. 
Na sexta feira, ele perdeu a minha confiança. Não entendo como pode subir a contribuição para a Segurança Social em 7%. Simplesmente não entendo, como faz isto num país onde toda a gente já apertou o cinto, fez sacrifícios, e sempre sem uma única contestação. Para mim, este governo não entende minimamente teoria económica. Se entendesse, em vez de subir as receitas à custa do consumo, reduzia a despesa. Acabava com os milhares de fundações que não servem para nada, renegociava as PPPs, reduzia salários e despedia pessoas. Sim despedia pessoas. Se o governo estimulasse verdadeiramente a economia, o privado poderia absorver quem fosse demitido do estado. Expliquei-me porque no privado está tudo a ir para a rua e no público um gajo que é incompetente e que não se importa um car*lho com o que faz fica lá com promoções por antiguidade. 
O governo continua a estrangular a economia real. E isso não pode ser. As pessoas não podem perder um salário a financiar uma coisa que já se sabe que vai falir, como é o caso da Segurança Social. 
Não sou daquelas pessoas que acham que o governo deve dar trabalho, eu acho que o governo deve criar condições para que as empresas criem mais trabalho. Também acho que nenhum trabalho deve ser garantido, e as promoções devem estar assentes em meritocracia. Portanto estou à vontade para falar. 
Até aqui, compreendi, expliquei, defendi. A partir deste ponto, rezo para que os políticos que nunca fizeram nada na vida abram os olhos, e comecem a estudar economia já agora, porque daqui o pouco o país está ainda mais na ruína, e as pessoas viverão ainda com menos. E assim será impossível reduzir défice e endividamento na mesma, porque o consumo move a economia, e o consumo será cada vez menor. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A minha avó...

A minha avó nasceu numa aldeia no Alentejo chamada Aldeia de Mato, hoje São Pedro do Corval.
A minha avó conheceu o meu avô, apaixonou-se, casou, e foi feliz com ele até à morte dele.
A minha avó foi grávida de 8 meses e com dois filhos pequenos pela mão do Alentejo até ao Barreiro quando o meu avô conseguiu um emprego em Lisboa.
A minha avó criou 3 filhos numa casa com um quarto e uma sala. E ainda assim nunca lhes faltou nada.
A minha avó foi ama de bebés, senhora da limpeza, costureira e fez ginástica orçamental para dar de comer aos três filhos.
A minha avó teve muitos desgostos na vida, mas também muitas alegrias.
A minha avó vive na mesma casa há 47 anos, uma casa que já esteve cheia com filhos, com netos, de onde a minha mãe e a minha tia saíram para casar, uma casa onde eu fui criada e onde ainda hoje sinto como minha.
A minha avó fala das "velhas" da rua dela, que só se queixam de dores por todo o lado aos 60 anos.
A minha avó ainda vai ao supermercado, ainda trata da casa, ainda me faz o empadão que eu adoro.
A minha avó continua a viver, apesar de ter perdido o companheiro que tanta falta lhe faz.
A minha avó faz hoje 80 anos, e eu não lhe posso dar o abraço que tanto quero dar por estar longe. Mas ao mesmo tempo, a minha avó está sempre comigo, e quando hoje atendeu o telefone à neta mais velha e que vive longe, a minha avó ainda me atendeu com o "então minha menina?" de sempre.
A minha avó é a melhor avó do mundo (pelo menos para mim) e por isso deixo aqui o meu parabéns avó!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Serviço público e outros mitos

Muito se tem falado nos últimos meses sobre a possível privatização da RTP e em que parâmetros se iria proceder à mesma. O óbvio para mim é que um dos dois canais "públicos" deve ser privatizado. Ou então um deve desaparecer. 
Penso que é muito difícil determinar o que é o chamado "serviço público". Muita gente defende que a RTP2 é o verdadeiro serviço público, passa programas culturais, cobre desportos que mais ninguém cobre, passa filmes feitos na Roménia e no Bangladesh. Muito bonito, diferente. Acontece que ninguém vê a RTP2, ou vê programas esporádicamente. Eu mesma de vez em quando vejo algum documentário da National Geographic, ou os Simpsons. Mas aqui mesmo é que está, devería a RTP2 passar os Simpsons? Em que medida passar uma série que está disponível no cabo faz sentido num canal dito público. Por outro lado, a RTP2 não é rentável. Ora, a maioria das pessoas diz "se é público não tem de ser rentável". Discordo totalmente. E discordo ainda mais porque há um outro canal "público" que tem publicidade privada e que também não é rentável. E que tenta ser igual aos canais privados. Qual o sentido disto? Qual o sentido de ter 2 canais que pararam no tempo, que pagam uma fortuna a pivots e apresentadores, e que são dos menos vistos? 
Agora o ponto de se é público não tem de ser rentável. Tem sim. E tem porque os impostos deveriam ser vistos como um investimento e não como dinheiro deitado fora. E infelizmente ainda não percebemos isto em Portugal, seja em relação à televisão, ao serviço nacional de saúde, à educação. Eu explico. Se pago impostos, é porque espero no futuro ter um retorno a esses impostos, vulgo "reforma". O Estado deve então aplicar esses impostos de forma a que no futuro tenha mais dinheiro do que tem agora, ou seja, deve rentabilizar o investimento (impostos). O investidor (todos os portugueses que pagam impostos) deve ter direito a receber o seu investimento mais um bónus por ter emprestado dinheiro ao estado durante tanto tempo. Acontece que isto não está a acontecer. E não acontece porque o dinheiro não é bem investido, pelo menos no caso da televisão pública. E, na verdade, em nenhuma vertente. Se eu pago impostos que financiam o estudo das criancinhas, essas criancinhas devem conseguir trabalhar no futuro para pagar impostos que devolvam o meu capital investido. Além disso, devem contribuir para aumentar a produtividade do país. No serviço nacional de saúde não vou falar agora, penso que existe ainda hoje confusão no que diz respeito ao conceito de estado social. Seguimos o modelo britânico e poderíamos aprender com os nórdicos, mas enfim.
A questão para mim é esta: é um mito pensar que uma televisão como a RTP2 faz serviço público quando só serve para meia dúzia de pessoas, e a RTP1 é mais privada que outra coisa no conteúdo. Para mim, feche-se a RTP2 e altere-se o modelo da RTP1 para ficar mais parecida com a BBC (sempre a referência). Mas também digo, adopte-se o modelo de gestão da BBC... 

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Nova Rubrica - Frases para dizer quando se quer sair por cima...

E temos nova rúbrica: Frases para dizer quando se quer sair por cima. Claro que são frases para aplicar quando aquele querido com quem andamos a sair ou até consideravamos um possível futuro marido nos vem com uma história do tipo "adoro mulheres e não me posso comprometer" ou "a tua independência financeira assusta-me". 

#1 - "Vales menos que o pus da borbulha do meu cu"

Forte, já sei, mas não consegui deixar de partilhar esta...

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

2012


Estamos em pleno 2012, século XXI. Supostamente, há 2012 anos veio à Terra um homem que foi um exemplo de compaixão, filho de Deus para uns, "apenas" profeta para outros, um homem normal para outros. Não sei quem era Jesus Cristo, sei que existiu. No entanto, na minha condição de agnóstica confessa, não sei qual das hipóteses corresponde à verdade. Mas sei que no seu tempo marcou o mundo e sei que era judeu. E que alguém o matou. Em nome de medo, religião, o que seja. Isto foi há quase 2000 anos. 
Nestes últimos 2012 anos (e antes disso também), o ser humano teve uma apetência para destruir o que não compreendia, o que nos custou quem sabe a hipótese de hoje estarmos (ainda) mais evoluídos. 
Quando Hernán Cortés chegou ao México em 1519 não se preocupou em entender os observatórios Maias, preocupou-se em matar os Maias e sacar todo o ouro que pudesse. Nessa mesma altura, na Europa perseguiam-se judeus, mouros, e toda a gente cuja religião se diferencia-se da Católica. Isto nos Impérios Português e Espanhol. O custo? Muitos judeus refugiaram-se nos Países Baixos, e começou um boom económico que viria eventualmente a custar o domínio económico Ibérico. 
A Inquisição perseguiu e matou milhares de pessoas, injustamente condenadas por pensarem de forma diferente. Tal como tinha acontecido com Jesus Cristo centenas de anos antes. 
As pessoas podem dizer "ah e tal, isso era a época medieval, não estavam tão evoluídos, não se pode comparar...". Muito bem, concordo que hoje já ninguém condena alguém por dizer que a Terra é redonda. Mas ainda se condena e mata muita gente em nome do que não se conhece. E este é o meu ponto: não aprendemos com o passado. 
Em 1939 um homem foi eleito para governar a Alemanha. Chamava-se Adolf Hitler e pensava que uma só raça era superior, e que para que o mundo fosse um lugar melhor, deveria haver uma selecção e acabar com as raças menores. O resto é história, o Holocausto foi o evento mais vergonhoso da história da (des)humanidade. E quando pensavamos que tinhamos aprendido... Em 1994 ocorre o genocídio no Ruanda, e antes em 1991 começava a guerra da Jugoslávia, entre povos diferentes de um mesmo país. E en 1999 voltamos a ter genocídio no Kosovo. 
Voltemos a 2012. No Sudão, no Uganda, e em muitos países africanos, continua-se a matar gente porque não seguem a mesma cultura. Continua-se a mutilar mulheres, a violar crianças, a queimar aldeias. Tal como no início dos tempos. E pensamos "ah, mas estes países são assim porque a colonização foi mal feita e estão à mercê de ditadores". Correcto. Vamos ver então o que se passa no "Mundo Desenvolvido". 
Estados Unidos, 2012: Um candidato a senador diz que todo o tipo de aborto deve ser proibido, inclusivé se for o caso de uma violação porque gravidezes derivadas de violações quase não porque o corpo não o permite, tem mecanismos para o evitar. O partido Republicano aprova então para o seu programa a proibição total do aborto. Muito evoluído. Nas escolas da América profunda, passou-se a ensinar o Creaccionismo como verdade e não como metáfora. Neste momento, há milhões de crianças a achar que realmente derivamos todos de Adão e Eva. 
Rússia, 2012: Madonna é processada por defender os homossexuais e a parada gay de Moscovo é proibida por 100 anos, sim isso mesmo, 100 anos. Ao mesmo tempo, 3 mulheres de um grupo de música são condenadas a 2 anos num "campo prisional" (mais campo de concentração) por protestar contra um Presidente que já foi Primeiro-Ministro e que gosta de tirar umas fotos tipo Chuck Norris no Verão. Um presidente que não garante Direitos Humanos, liberdade de expressão. 
China, 2012: Continuam a ser condenadas pessoas por falarem livremente contra o regime que ainda está vigente na China. Um regime opressivo. 

Resumindo, não aprendemos nada. Eu olho para as notícias no mundo e assusto-me todos os dias. 
E não é para me assustar? 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Animais

Não há maneira fácil de dizer isto, portanto vou dizê-lo directamente: não gosto de animais. Não gostaria de ter um animal, não gosto de brincar com animais, não gosto de estar em sitios com animais. 
Se já me estão a achar uma completa insensível, eu explico. Como é óbvio, não quero que façam mal aos animais, choca-me o abandono e os maus tratos e acho que quem não tem paciência não deve ter animais só porque "é giro". Choca-me que existam huskies em Portugal, quando sofrem imenso com o calor, e choca-me que alguém meta um cão grande num apartamento pequeno e o deixe lá todo o dia sozinho. 
No entanto, eu não quero ter um animal. Não tenho paciência. Desde sempre, muita gente se choca quando vem com o cãozinho e eu nem lhe quero tocar. Pois tenho uma novidade: desde muito pequena que tenho um medo completamente irracional de cães. Mas pânico mesmo. Ao ponto de um cão vir a correr para mim e eu começar a chorar. A reacção dos diversos donos de cães com quem discuti por não levarem o cão com trela era sempre de espanto e de não entender que eu não tenho de brincar com cão nenhum porque simplesmente tenho pânico e não me interessa se "ele só quer brincar", porque eu não quero brincar com um rottweiler quase maior que eu. As pessoas interpretam isto como insensibilidade, eu interpreto com "a liberdade dos outros acaba onde começa a minha". 
As pessoas julgam-me porque não sou dada a animais. Pois eu vejo tanta gente aí dedicada aos animaizinhos e que depois tratam mal tanta gente, tanta criança, tantos velhinhos. Desculpem, mas eu ainda prefiro tratar bem os meus. E mais, prefiro ser assim e não ter animais do que ter e não ter paciência e condições para os cuidar bem. 

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Dealbreakers 8!

Ela: "Então quantos anos tens?"
Ele: "23! E tu? Deves ter aí uns 21, não?"
Ela: "Ahahah, obrigada! Mas não, tenho 27."
Ele: "Não és assim tão velha..."

Trabalhar em Agosto

Desde que comecei a trabalhar que faço questão de trabalhar em Agosto. Primeiro porque é um mês muito calmo, que posso aproveitar para pôr em dia todos os temas que fui adiando durante o ano. Depois porque está muito menos gente, não há trânsito, posso chegar mais tarde e sair mais cedo. Aqui em Madrid então, não há ninguém em Agosto. Enquanto todos lutam para se entender quanto a quem pode tirar que semanas de Agosto, eu resolvo a questão ficando eu por toda a equipa. Perfeito. 
Mas adiante. Finalmente voltei a escrever aqui no blog. Não tenho andado especialmente inspirada, a verdade é essa, e também estive de férias. 
Julho foi um mês complicado (excepto nas 2 semanas em que estive de férias). Mês de muito, mas mesmo muito trabalho, muito cansaço. Por isso decidi ir uma semana para Portugal só para descansar. Foi assim a minha primeira semana de férias. Dormir, praia, comer e miminhos da família. Perfeito, simplesmente perfeito. 
Depois, já com as energias renovadas, fui 9 dias até à Grécia. E foi óptimo. Já conhecia Santorini e Mykonos, mas Paros foi uma óptima surpresa. Agora, a verdade é que se nota perfeitamente que os gregos não gostam de trabalhar. Por exemplo, em Paros estivemos 1 hora a tentar que um taxi nos levasse ao nosso hotel, sendo que tivemos respostas como "vocês estão muito longe" (leia-se a 20 minutos e dispostas a pagar fosse o que fosse) ou "agora estou a jantar". Enfim, depois queixam-se da crise. 
De resto foi óptimo, muito divertido e deu para relaxar. 
Nos próximos dias espero conseguir escrever mais. 

terça-feira, 3 de julho de 2012

Dealbreakers 7!

- No primeiro date dizer "eu imagino que se tudo correr como até agora (depois de 1h a jantar) estaremos a viver juntos daqui a 6 meses!" - DEALBREAKER
- Nas 24h a seguir ao primeiro date mandar 300 mensagens a dizer como foi bom, como quer que nos vejamos outra vez o mais rápido possível, a mandar beijinhos como se não houvesse amanhã - DEALBREAKER
- Não entender que quando uma mulher diz que está "extremamente ocupada" na verdade quer dizer que não quer sair mais e continuar a mandar mensagens a dizer que "quero ver-te, porque sais tão tarde do trabalho, posso-te levar a casa da tua amiga, quero-te dar um beijinho" - DEALBREAKER

Estes dealbreakers pode parecer que sou uma insensível, mas desculpem, não acho normal que depois de 2h juntos um homem ache que uma mulher é a mulher da vida dele! Além de que gostamos de uma atenção, mas se é demais... Não obrigada!

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sobre Dating

Pensei muito antes de me decidir a escrever este post. Pensei porque existe um monte de preconceitos sobre "dating" e sobre relações e sobre a vida dos eternos solteiros. Depois de pensar resolvi escrever sobre a minha experiência. 
Estou solteira há quatro anos. Por solteira entenda-se sem namorado oficial. Pode parecer muito, ou não, depende sempre da perspectiva. Para mim, que sou uma pessoa de relações, que gosto de ter alguém perto de mim, parece muito. Para muitas pessoas que me conhecem bem, parece muito. Para outras, que se fiam na minha imagem de independente nem por isso. 
Se fosse por mim, estaría com alguém. O problema é que eu não quero estar apenas com "alguém", quero estar com alguém que valha a pena, que me faça sentir o que já senti no passado, e que me apoie no matter what e vice versa claro. 
Na verdade, é muito difícil conhecer alguém que valha a pena. As pessoas hoje em dia são completamente egoístas (homens e mulheres) e valorizam demasiado a sua própria vidinha para abri-la a outra pessoa. O sexo tomou também uma dimensão diferente e é visto como uma necessidade física (e é uma necessidade física, sem dúvida) a ser explorada o mais possível antes de se limitar a partilha do corpo a uma pessoa só. Não critico isto atenção, mas é um dos factores pelos quais se torna tão difícil conhecer alguém.
Depois existem outros problemas. Por exemplo onde conhecer pessoas. Na noite? Vou dizer a verdade: 1 em cada 10 casos de homens que conheci na noite e não aconteceu nada ligaram-me noutro dia. Porque a verdade é que na noite normalmente procura-se simplesmente 1 noite e nada mais. Alternativas à noite? Bom, vou assumir aqui que cheguei a inscrever-me num site de relacionamentos. Sim, é verdade, e não me envergonho. Sim, há muita gente que só procura sexo e é mal educada, mas também é verdade que já saí com uma ou duas pessoas que conheci pela internet e eram pessoas completamente normais e à procura da mesma coisa que eu, só não houve química e aí não se pode fazer nada. 
A vida de alguém que está solteiro e quer uma relação não é fácil. Às vezes acedemos a sair com alguém e acaba por ser um desastre (eu já tive de pedir a uma amiga que me ligasse a fingir que se tinha passado algo para ir embora). Outras vezes a pessoa parece promissora e depois sai um joker gigante (ver post Dealbreakers 6). Outras vezes sai uma pessoa até interessante, mas que se torna tão "melga" que acaba por perder o interesse (assunto a desenvolver no próximo post). Até que chegará o dia que se encontra a pessoa. O tal. Sim, acredito que existe "o Tal". E mesmo depois de 4 anos solteira (não sozinha), de maus dates, de algumas desilusões, etc. continuo a acreditar que o vou encontrar. E não, não estou desesperada, tenho tempo, porque se estivesse desesperada ficaría com a primeira coisinha que me aparecesse.


segunda-feira, 18 de junho de 2012

A vida em Espanha

Durante anos e anos ouvi (e continuo a ouvir na verdade) as declarações de complexo de inferioridade de muitos portugueses com relação a Espanha. Que em Espanha é que é bom, que é tudo muito perfeito, que se vive muito bem e com muitooo mais dinheiro, bla bla bla. 
No dia 12 de Fevereiro de 2009 aterrei em Barajas com 3 malas e muita esperança e entusiasmo. Ia viver sozinha pela primeira vez, carreira internacional, um país super aberto… Na segunda feira seguinte já tinha percebido que não era bem assim. E após 3 anos aqui chego à conclusão que realmente devíamos ter muito juizinho quando falamos mal do nosso Portugal.
Somos infinitamente mais educados, simpáticos, recebemos melhor, falamos outras línguas (bem ou mal, mas nunca deixamos de tentar entender os outros), somos humildes (por vezes demasiado), etc. 
Costumo resumir a minha vida em Espanha da seguinte maneira: adoro Espanha, detesto espanhóis. Em 3 anos fiz 3 amigos espanhóis e 2 vivem fora de Espanha. De resto, são um povo muito convencido, extremamente racista e ofensivo (só vendo as "piadas" que se fazem na televisão sobre sul americanos), que tem a mania que os outros são todos uma merda e fazem questão de o dizer na cara da pessoa. Desde não entenderem que o nosso nome está noutra ordem, e que no resto do mundo também é assim (tirando nos países que foram colonizados por Espanha) até mandarem calar por alguém (neste caso eu) estar a festejar um golo de Portugal. Ainda não tinha começado o Euro 2012, já estavam a dizer que iam ganhar, que Portugal jamais passaria aos quartos, que todos são merda. Por isso amanhã estarei com a Croácia e com a Itália, não por Espanha. 
Agradeço a Espanha por viver aqui, mas sempre que me perguntam se é melhor Madrid ou Lisboa para viver nem hesito: minha rica Lisboa!

ÉS GRANDE PORTUGAL!!!

Era só isto… 

domingo, 3 de junho de 2012

We need to talk about Kevin

Depois de ver este filme e estar ainda a pensar nele 2h depois de o ter visto, só me pergunto como a Tilda Swinton não foi sequer nomeada para o Óscar este ano… 
Brutal, mesmo, daqueles filmes que nem se sabe muito bem o que dizer depois do ver… 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mais mudanças!

Continuando no espírito de mudanças... Este cantinho está diferente! 

Mudanças

Não, não vou mudar de país ou cidade (embora quisesse...). Vou mesmo mudar de casa. 
Durante 3 anos vivi num apartamento de 35m2 muito fofinho e tal, mas muito pequenino. Claro que para mim era suficiente. Até o dia que percebi que estava a pagar muito mais do que deveria por ele. 
Dado que o meu senhorio é piloto da Iberia e que tem o prédio todo onde eu vivo, pensei que me baixaria a renda... Claro que não, porque o mercado imobiliário está tão bom aqui... Pois que fique com a casinha, porque eu encontrei um apartamento lindo de morrer, duas ruas ao lado da minha, com 55m2, com FORNO (isto era essencial) e mais barato. Assim que dia 1 de Julho estou de mudanças! 

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Dealbreakers 6!

E... voltamos a esta linda rúbrica. E voltamos porque recentemente aconteceu-me o TOPO das situações! A sério, agora até me riu, mas imaginem a minha cara quando uma pessoa com quem andava a sair me diz:

"Gosto muito de ti, mas não posso escolher entre ti e ela, não quero deixar nenhuma das duas" - sobre pelos vistos ter outra na Hungria
"Para além de vocês, é óbvio que também dormi com outras mulheres, afinal eu sou só vosso amigo... Que posso fazer? Adoro mulheres..." 

Óbvio que lhe dei um real pontapé no rabiosque, mas no fundo enriqueceu a nossa querida rúbrica com:

Ter uma relação estável com duas mulheres em países diferentes - DEALBREAKER!

Para além dessas duas mulheres, andar a dormir com outras porque "adoro mulheres" - DEALBREAKER! 

Quando eu achava que já não me podiam surpreender... Surpreendem! Mas sem problema, eu estou bem, disse o que tinha a dizer (basicamente destruí-o) e andei para a frente. Afinal de contas I wasn't that into him... 

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Elis

Quando escrevi sobre Chico disse que gosto muito de Elis Regina. Bom, não é gostar, é muito mais que isso. 
A voz dela para mim não tem descrição e as músicas dela já tocaram muito a minha vida. Quando estou revoltada oiço o "Como nossos pais", quando estou triste oiço "Romaria" ou "Atrás da porta" e quando estou a sentir novamente a minha força interior oiço "Vou deitar e rolar". 
Tenho pena que tal como outro dos meus ídolos musicas, a Janis Joplin, as drogas tenham levado esta voz e este talento. Tenho pena que alguém que transmite tanta força aos outros através da música não tenha tido força para resistir às drogas, tenho pena dos filhos que a encontraram inanimada, a pesar de hoje serem também eles músicos talentosos (a Maria Rita também faz parte das minhas preferências). Compreendo no entanto que talvez o mito não fosse tão grande se ela ainda estivesse entre nós. 
Assim sendo, resta-me partilhar a que hoje estou a ouvir em repetição...


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Coisas giras

Pois é, há coisas muito engraçadas, que normalmente surgem quando não esperamos.
Durante seis anos tive uma relação de amor/ódio com o D. Tão depressa andavamos aos abracinhos como à porrada. Era o meu melhor amigo. Era tão engraçado e gostávamos tanto um do outro. A minha mãe dizia que só podiamos ser muito amigos, dado que as nossas mães partilharam quarto na Maternidade (eu nasci a 23 e ele a 25 de Abril).
Infelizmente, com o fim da quarta classe perdemos o contacto. E durante estes anos todos sempre me lembrei dele, do que seria feito dele. De repente, quando uma pessoa com um nome muito estranho me enviou uma mensagem no facebook a perguntar se me lembrava de jogar à apanhada perto do portão do externato, nem duvidei de quem era. Depois destes anos todos voltámos a encontrar-nos. Seguimos caminhos completamente diferentes, mas é engraçado saber que sempre procurámos um pelo outro, mesmo no facebook, na internet, que continuámos a lembrar um do outro, que tinhamos as mesmas memórias desse período feliz da nossa infância.
Por fim encontramo-nos porque alguém resolveu criar um grupo da nossa turma de primária. Havia gente da qual já nem me lembrava, mas é bom recordar esse tempo tão distante e ao mesmo tempo tão presente. 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A vida é mesmo como uma caixa de chocolates, e felizmente que ainda há surpresas boas. 
Estou de bem com a vida, é só. Voltei a ter esperança que tudo melhora e que há mesmo pessoas que nos surpreendem quando não damos nada por elas. 

terça-feira, 27 de março de 2012

Direito à manifestação

Já aqui escrevi sobre a chamada "Geração à Rasca" e a minha opinião sobre este "movimento". Um ano após a "grande manif" que serviu basicamente para passar uma tarde de sábado a beber jolas e a cantar com os homens da luta, este grande movimento anda bem caladinho. Um pouco como os espanholecos da Puerta del Sol que assim que chegou o inverno foram para casinha ficar quentinhos em vez de se manterem na rua a lutar pelos "seus direitos". 
Revolta-me este tipo de pessoas, a sério que me revolta. Tal como me revolta que privilegiados façam greve e não deixem os outros trabalhar ou que pessoas que nunca se esforçaram na vida culpem tudo o resto pela sua falta de sucesso. 
Na semana passada houve uma "greve geral" em Portugal. Ponho entre aspas porque a greve foi mais uma vez dos mesmos, de quem tem um emprego mas não um trabalho, de quem sabe que pode andar nestas brincadeiras e que nunca vai ser despedido, nunca vai enfrentar o desemprego nem anos e anos sem promoções ou ajustes ao salário. Estava em hoje a ler o Expresso quando me deparo com um video de uns "anjinhos" de lenços "arafat" ao pescoço (a sério, a moda ainda é esta?) no Chiado a arrancar cadeiras e guarda sois das pastelarias que por aí se encontram, a Brasileira e a Bénard. Um destes jovens altamente qualificados tentou até atirar a cadeira que está ao lado do Fernando Pessoa, tal não era a revolta contra as condições de precariedade... Enfim, uma vergonha. Numa das zonas mais bonitas de Lisboa temos um bando de atrasados mentais a obrigar as lojas a fechar mais cedo por medo de serem invadidas, cadeiras a voar, multibancos vandalizados. Depois a polícia é que tem a culpa de tudo. Não digo que concordo com a agressão a jornalistas, mas caramba, andam vândalos no meio da rua e têm de ser os coitadinhos porque têm o direito a manifestar-se. A polícia erra e parece que "voltamos ao fascismo" e bla bla bla. A polícia devia ter mantido a calma e prendido estes meninos todos. Que os pusessem a trabalhar. Para verem o que é isso. 
Para verem que o direito a manifestar-se existe, mas que a liberdade deles acaba onde começa a dos outros. Para verem que para manifestar-se contra as condições de trabalho têm de ter trabalhado alguma vez na vida, como eu que ando há 5 anos sem aumentos, sem promoções, com uma redução de bónus de 58% por engano. Na 5ª há greve geral aqui em Espanha. Perguntaram-me se vou fazer greve. Óbvio que não. Mal por mal, o dinheiro que perderia nesse dia ainda me faz falta, que tenho contas para pagar. 

domingo, 25 de março de 2012

Assumo

Adoro televisão. Chamem-me o que quiserem, mas sou capaz de ficar horas e horas a olhar para o pequeno ecrã a ver de tudo. E pior! Papo tudo! Desde o telejornal ao reality show dos Kardashians (sim, total guilty pleasure), das séries até à pior novela brasileira (não vejo as da TVI porque sinceramente não gosto). 
Lembrei-me de assumir isto porque vem muitas vezes à baila o facto de que quem vê televisão é um completo retardado. Sinceramente, aceito que não gostem de ver televisão, mas também não façam aquele olhar de quem olha para um coitadinho que não sabe nada de cultura. A televisão também é cultura e agradeço ao facto de sempre ter adorado ver televisão pela minha cultura geral, pois desde miúda que via documentários sobre tudo e mais alguma coisa. 
E mais, estou neste momento a ver o Ídolos e continuo a divertir-me com os cromos.

quinta-feira, 22 de março de 2012

quarta-feira, 7 de março de 2012

I'm back!

Foram dez dias de calor, de praia, de cerveja e caipirinhas. Muito passeio em São Paulo (estou apaixonada pelo ritmo e diversidade) e no Litoral Norte do Estado de São Paulo (as praias são lindas e muito pouco exploradas por turistas estrangeiros). 
Vim bronzeada e toda picada nos pés (sempre falhamos a por repelente nos pés) de uns mosquitinhos tão pequeninos que não se vêm mas que deixam a picada a escorrer sangue... 
O casamento da R. foi simplesmente mágico, sem palavras para descrever. A cerimónia foi linda, feita pelas irmãs dela, os pais deles, os amigos de todos. Muito simbólica (eles já estavam casados pelo civil) e muito bonita mesmo, foi uma choradeira. 
Fiquei triste por ter de voltar, ainda pensei em tornar-me emigrante ilegal, mas enfim, algum dia hei-de ir lá parar! Este fim de semana espera-me o meu (também) querido Alentejo, portanto nem tudo são tristezas, apesar do choque de passar de 35 graus para 10 (podia ser bem pior!). 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Até já!

Mala: check
Bikinis: check
Calções: check
Vestidinhos: check
Havaianas: check
Sandálias: check

Hoje vou para São Paulo! Vemo-nos dia 6 de Março! 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Coisas que não gosto

Quem lê este blog, sabe que há muitas coisas de que não gosto. 
Não gosto de pessoas que se acham melhores que os outros, de falsos amigos, de idiotas, de quem culpa tudo o resto pelos seus próprios problemas, não gosto de queijo, nem de atum, nem de salmão. Não gosto do calor abrasador de Madrid no Verão, não gosto de injustiças, não gosto de pessoas mentirosas e falsas, não gosto de correr, não gosto que me paternalizem nem que julguem as minhas opções. Isto entre muitas outras coisas. 
Uma das coisas de que eu não gosto mesmo é de despedidas. O ano passado foi bastante prolífero em despedidas. Já me devia ter habituado, depois de 3 anos em Madrid, já vi tanta gente ir embora que já devia ser uma coisa normal. Mas não é, nunca será. As amizades que formamos aqui são muito próximas, devido a estarmos longe das nossas famílias, amigos, do nosso país. Formamos laços familiares, mais que de amizade. 
Até aqui 3 despedidas foram difíceis. A da K., com todas nós (éramos tipo 6 no aeroporto) a chorar baba e ranho. A da L., que felizmente não levei ao aeroporto, pelo que foi mais light. E a da R., que foi simplesmente horrível. Nem lhe conseguia dizer nada, chorei desalmadamente, ela chorou desalmadamente, estive 3h depois super triste.
Apesar de tudo, resta a certeza que a proximidade continua mesmo com o Atlântico entre nós. A K. já voltou a Madrid 2 vezes, a R. e a L. vou ver agora no Brasil onde vou estar precisamente para o casamento da R. 
No entanto, mais uma despedida se avizinha, e esta vai ser daquelas... a M., meu grande apoio, companhia, quem me põe na linha quando é preciso, vai voltar também para o Brasil. Sei que é o melhor para ela, mas custa muito. Mas a vida seguirá. Já estaremos juntas na próxima semana em São Paulo e certamente continuaremos a viajar por esse mundo fora. 
Definitivamente, não gosto nada de despedidas. 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Sobre os julgamentos

Acho sinceramente que todos julgamos outros, mesmo que seja a um nível inconsciente. Eu já me ri daquela roupa ridícula naquela senhora de 60 anos que acha que tem 20, ou do capachinho de algum homem inseguro com a sua careca. 
Mas, no geral, considero-me uma pessoa bastante aberta. Por isso mesmo, não gosto de pessoas que acham que toda a gente tem de 1) pensar como elas, 2) agir como elas. Detesto pseudo-intelectuais, por exemplo. Lembro-me de uma discussão que tive com uma pessoa porque essa pessoa me encontrou a ler a TV7 Dias ou algo do género no aeroporto. O olhar de desagrado, a expressão "tu lês isso?", tudo me irritou, ainda para mais porque normalmente essas pessoas acabam por se focar num só género de leitura, de filmes, de música. Sim, leio a TV7 dias, tal como leio o Expresso ou a Visão. Sim gostei da trilogia Millennium, mas Kafka é dos que mais gosto de ler. Sim, fartei-me de rir a ver "A Ressaca", mas isso não impede que o "Lost in Translation" seja dos meus filmes favoritos.  Basicamente, penso que gostos não se discutem. Conheço pessoas que considero até bastante cultas e adoram a saga "Crepúsculo", que eu acho fraquinha fraquinha, e não é por isso que lhes vou dizer em tom paternalista "a sério? Um vampiro, um lobisomem e uma miúda chata...", todos precisamos do nosso momento light. 
O importante é não criticar o momento light dos outros. 

Countdown...

1 SEMANA!!! 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Countdown...

11 dias! 

São Valentim

Sou sincera, mesmo. Não é por neste momento não ter namorado ou alguma coisa do género, mas não entendo o interesse do São Valentim. Como, aliás, não entendo o Dia do Pai ou da Mãe ou da Avó. 
Chamem-me o que quiserem, mas eu prefiro festejar o facto de ter os meus pais, a minha avó ou alguém especial do meu lado quando quiser. Não preciso que me digam que é o dia X para comprar um presente. Prefiro comprar quando me apetece e, acima de tudo, prefiro fazer coisas especiais quando assim o entendo. Lá em casa nunca festejamos esse tipo de dias, mas não significa que não haja afecto entre nós, pelo contrário. Quem conhece a minha família sabe o tipo de união que temos entre nós, especialmente entre mim e os meus pais. 
Quanto ao São Valentim, nunca gostei de festejar. A obrigação de ter de ir jantar fora porque sim, ter de comprar um presente, parece-me tão forçado... No thanks! Hoje vou jantar com amigas porque nos apetece ir jantar e já está. 
De qualquer das formas, para quem não pensa como eu e festeja o dia (estão no seu direito como é óbvio) feliz dia dos namorados!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

So true!

Acabei de ler este artigo da revista Activa e não podia concordar mais, especialmente com o seguinte:



Pode haver milhões de razões para estar sozinha. Algumas delas são:
- Porque está a olhar para o lado errado: Você adora o Luís, mas ao Tiago, que a adora em silêncio, não liga nenhuma. 

- Porque está no sítio errado: A não ser que more numa telenovela, é pouco provável que o homem da sua vida more em sua casa. 

- Porque adora o som da sua voz: Aprenda a ouvir. E já agora, a olhar. 

- Porque é demasiado tímida: Reinvente-se. Ninguém tem de ser nada para sempre. 

- Porque já lhe quebraram o coração e jurou não amar outra vez: Arranje uma desculpa melhor. Siga. 

- Porque não consegue esquecer o seu ex: É outra desculpa. Só acontece até se encontrar outra pessoa com que encher o coração.


As duas últimas são directamente aplicáveis a mim e a muitas outras...

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Nova Obsessão!

Chamam-se Best Coast e eu adoro! 
Para além desta vejam o "Boyfriend" e o "Crazy For You"! Este video foi realizado pela Drew Barrymore e tem a participação da Chloe Moretz (500 Days of Summer, 30 Rock)

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Tranquila...

Pois é, há algum tempo que não escrevo, mas a verdade é que tenho andado a 1000 à hora a tentar resolver tudo o que preciso. Daqui a umas semaninhas estarei no Brasil para o casamento da R. e para tentar a minha sorte mais uma vez em entrevistas. Espero ainda conseguir dar um saltinho ao meu Rio. Acima de tudo, vou matar saudades de pessoas que amo de paixão e descontrair. 
Entretanto irei para Lx esta semana para surpreender a minha mãe no seu aniversário e na outra semana volto a Paris para a despedida da M. 
Entretanto o meu novo trabalho rouba-me muito mais tempo, mas está a ser melhor do que esperava. Vamos ver o que o futuro reserva. Assim que tenho entrado cedo, saído tarde e ainda tenho andado entre jantares e outras novidades que ficam para mais tarde se houver desenvolvimentos... 
Assim que não tenho andado com muito tempo, ando muito ocupada, mas ao mesmo tempo estou mais tranquila. Adaptei-me ao novo trabalho, vou viajar, tenho conhecido pessoas interessantes e tenho-me divertido muito. Tenho aprendido a ser mais tolerante também e o "nunca digas desta água não beberei" parece cada vez mais verdade... Mas isso são outros 500. Como disse, se houver desenvolvimentos já contarei! 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Chico...

Confesso: adoro música brasileira, especialmente bossa nova. Desde Vinícius, Toquinho, Tom, Elis Regina (amo de paixão), acho que o Brasil tem uma panóplia de artistas muito boa, apesar da maioria dos pioneiros em bossa nova terem já partido, ainda podemos contar com Maria Rita, Adriana Calcanhotto, Ana Carolina, Seu Jorge, Caetano Veloso e um artista que, para mim, é dos mais talentosos poetas / dramaturgos / músicos do panorama: Chico Buarque. E não, não é porque ele tem uma música sobre uma mulher com o meu nome (apesar de adorar essa música). Leiam os poemas do Chico, vejam a ópera do malandro e oiçam a música. A mim arrepia, choro, faz-me sentir viva. 
Deixo aqui uma das minhas favoritas, tanto como música como poema... 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Dealbreakers 5!

"Portuguesa, espanhola… Continuas a ser da Península de Hispania…" - DEALBREAKER!!!
BTW, respondi o seguinte: Hispania não, Ibérica, que gosto muito da divisão de Portugal e Espanha! 

2012

2012 começou da melhor maneira, como perceberam pelo post anterior, mas 2011 acabou mal. Bom, antes de ir de férias, que depois esqueci o tema durante 1 semana. 
Basicamente, os mercados estão uma merda, a economia está uma merda, e até a instituição onde trabalho que sempre se gabou de não despedir ninguém começou a despedir. 40 pessoas em NY, 20 no México, mais umas no Brasil e agora, segundo consta, virá o pior: Espanha e UK. Ora, eu trabalho em Espanha, não cumpri o budget (ridículo) que tinha e comecei a ver a minha vidinha a andar para trás. Num ano em que ainda por cima se enganaram a pagar o bonus e até propuseram que pedisse um empréstimo no banco para pagar o próprio do bonus, já estava mesmo a ver que voltava para Lisboa sem trabalho e sem dinheiro. 
Bom, isso não vai acontecer, mas vou mudar de área. Supostamente é uma área global, vou falar com os chefões blá blá blá. Para mim é compliance, e não tem nada a ver comigo. Mas pronto, tenho trabalho. Tenho é pena que nem me tenham dado tempo para ver alternativas noutros países onde sei que há vaga em tesouraria. Mas ok, eu vou lá por mim. 
Hoje foi o meu último dia na sala de mercados e já nem consegui chorar, mas um vazio instalou-se à medida que saía de lá, podem ter a certeza. Afinal, sempre lhe dei 5 anos da minha vida...

NYC

E… voltei. A bem dizer já voltei há uma semana, mas com tanta mudança e visitas espectaculares em Madrid, ainda nem tinha tido tempo e, confesso, vontade de escrever sobre a nossa semana fantástica em NYC.
Acho que não vou usar o cartão de crédito nos próximos 10 anos, mas ok, valeu a pena, comprei uns modelitos muito giros e que levantam a autoestima a qualquer trambolho. Mas mais que compras houve passeios, um dia no Central Park espectacular, o Mamma Mia (ainda não entendi porque nos mandaram calar!), um jantar no Nobu (de comer e chorar por mais!), brunch no Pastis (muito Sex and the City) e uma passagem de ano absolutamente inesquecível onde até houve gente a ser expulsa injustamente da discoteca e a voltar a entrar dada a injustiça. 
Posto isto, valeu muito a pena, até porque a companhia foi a melhor! NYC continua no top das cidades de que gosto mais, só não bate o Rio e Lisboa, que será sempre a primeira no meu coração!