quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sabes que estás velha quando... # 5

A tua ideia de um domingo bem passado é estar toda a tarde a ver filmes com uma manta e chá em casa, seguido da gala da casa dos segredos. 

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sabes que estás velha quando... # 4

Tens de entrar outra vez em casa 3 vezes para garantir que realmente não te esqueceste de nenhuma luz acesa e ainda assim vais para o trabalho com a sensação que algo não ficou bem. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Livros

Desde muito pequena, ou melhor, desde que aprendi, que adoro ler. Começou pelos livros da Anita, passou pelos "Uma Aventura", "Clube das Amigas" e mais umas colecções dessas de mistérios que me entretiveram tanto. Mais tarde, mais ou menos no 5º ano, li "O Diário de Anne Frank", como não podia deixar de ser. Lembro-me que foi o primeiro livro mais sério que li, uma história real e logo tão triste. 
A minha paixão pela leitura não esmurece, pelo contrário, cresce de dia para dia. No entanto, confesso que tenho um pequeno problema... Quando leio algum livro de um autor e gosto, a minha tendência é para ler TODOS os livros desse autor assim de enchurrada. 
Tudo começou com a Marion Zimmer Bradley. Um dia uma amiga emprestou-me um livro chamado "Presságio de Fogo", romance histórico sobre a guerra de Troia. Adorei o livro, então passei para as Brumas de Avalon. Devo ter lido os 4 livros num mês (se não menos) e passei para o Salto Mortal (que incluo nos meus preferidos de sempre). Seguiu-se "A colina das bruxas", "Casa da Floresta", "A queda da Atlântida", etc. Quando dei por mim tinha lido quase tudo dela, e foi aí que descobri a Colleen McCullough. Li desde "Pássaros Feridos" ao "Tim", passando pelo "Toque de Midas" e "A Casa dos Anjos". Sim, são livros meio light, embora considere o "Pássaros Feridos" épico e muito bem escrito, mas eu devorava estes livros. 
Depois destas duas senhoras decidi ler o "Cem Anos de Solidão" (mais um dos meus favoritos). Escusado será dizer que li quase tudo do Gabriel Garcia Marquez. Durante 1 ano só havia Garcia Marquez lá em casa. 
Passei por um período de maior abertura, que li Kafka, Milan Kundera (Insustentável Leveza do Ser é das melhores coisas que já li), A trilogia Millennium, os policiais da Asa Larsson, e um ou outro também agradáveis mas que não marcaram. 
Até o dia em que peguei num livro chamado "Tokio Blues / Norwegian Wood" e voltei a ter um escritor preferido, Haruki Murakami. Há muita gente que não gosta dele, muita gente que diz que gosta mas que eu acho que não percebe minimamente a obra, gente que o venera. Incluo-me no último grupo. "Kafka à Beira-Mar" e "Crónica do Pássaro que dá Corda ao Mundo" são simplesmente espectaculares. Já falei do estilo de escrita noutro post portanto não me vou alongar. Isto tudo para dizer que já li tipo 10 livros dele e não me farto. Ainda no outro dia comprei o primeiro volume do 1Q84 e comecei a ficar nervosa de acabar e não ter o segundo, então já comprei os outros dois volumes. Até agora estou a gostar muito, mas mesmo muito. Quando acabar já desenvolverei a minha critica (vai ser totalmente enviesada). 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sabes que estás velha quando... #3

Tens 3 casamentos de amigos no espaço de 4 semanas, e no entanto tu nem a cama partilhas ainda. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Pessoas que me pergunto "Porque raio decidiste começar a cantar e conseguentemente infernizar a minha vida?" # 1

No outro dia decidi ir a Portugal de carro. Durante as 12h de viagem (6h para lá mais 6h para cá), as minhas amigas repararam que digo muitas vezes relativamente a músicos "odeio este gajo/gaja, se o apanho na rua dou-lhe 2 pares de estalo e pergunto mas porque é que decidiu começar a cantar!". Elas apostaram que eu chegava aos vinte artistas contemplados com o meu ódio de morte. Vamos ver se acertaram... 

Neste primeiro post temos, por ordem de poder de irritação:

#1 - James Blunt. A sério, ele estava tão bem no exército... porque decidiu começar aos gritos "You're Beautiiiifffffuuuuuullll"? Todas as músicas são uma depressão (sim, aquela tentativa que teve de fazer uma música mais "mexida" ainda a tornou mais deprimente). Juro que se o James Blunt estivesse numa passadeira eu não parava! 

#2 - André Sardet. A sério, dois pares de estalos e a recomendação de deixar de ver filmes românticos. 

#3 - James Morrison. No início até achava piada, mas depois de passarem as músicas "You give me something" e a outra com a Nelly Furtado 300 000 vezes no espaço de 2h na rádio a voz dele começou a irritar-me. Parece que os James estão em força.

#4 - Scorpions. Podem ficar chocados à vontade, odeio a voz, odeio as músicas, a boina à puto estúpido, TUDO! 

#5 - Mafalda Veiga. Nem vou desenvolver muito, aquele ar de boazinha a cantar músicas de boazinha e bla bla bla não pode piorar... ou melhor, pode, como veremos no número 6.

#6 - João Pedro Pais. Tem 1,50m mas muito poder de irritação... As músicas todas iguais, o ar de "Brian Adams" da Tugolandia... Não há quem aguente... Só piorável quando se junta com a Mafalda Veiga, o que resultou no dueto mais intragável da história da música.

#7 - Pablo Alborán. Então eu já tenho de levar com espanhóis todos os dias e ainda me obrigam a ouvir este pane***ro com a Carminho em Portugal? Carminho, gosto tanto de ti, mas o que é que te deu??? E ainda o acham lindo??? Com aquele cabelo e ar de "sou tão xuxu"... MENOS!

#8 - Enrique Iglésias. A carreira deste jovem nunca devia ter começado. Tinha-nos poupado a mais um a fazer ar de "sou um cabrão mas no fundo sou bom menino" em 300 videoclips com gajas boas. 

#9 - Melendi. Para quem não sabe, este senhor é muito famoso em Espanha. Tem letras lindissimas donde constam frases como "mis sentimientos van en chanclas, los tuyos visten de Dior". Preciso justificar mais? 

#10 - Alejandro Sanz. Se pudesse matar uma música seria a "looking for paradise", este menino a cantar em inglês com o seu maravilhoso sotaque espanhol é qualquer coisa, a única parte que faz bem é o Ohhhh Ohhhh Ohhh

Brevemente apresento os próximos 10. 


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Sabes que estás velha quando... #2

O teu corte de cabelo trimestral tem de ser acompanhado por um banho de cor no cabelo por causa dos cabelos brancos... 

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sabes que estás velha quando... #1

A tua prima de 15 anos que antes delirava com a possibilidade de fazer algum programa contigo diz que não pode ir contigo à praia porque "não sabe se tem alguma outra coisa para fazer". 

A aproximação aos 30 é fo**da... 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Austeridade

Até este momento sempre tentei ver a austeridade como necessária para compensar anos e anos de má gestão financeira. Concordei com aumento de IVA, cortes de subsídios na função pública (pelo simples facto de serem muito mais beneficiados do que os privados, basta apontar que não podem ser despedidos), etc. Vi a empresa do meu pai acabar muito à conta da austeridade, vi-me a fazer contas à vida, mas ainda assim defendi tudo. Vi a balança comercial começar a equilibrar, o spread dos cds a descer, a curva a inverter e isso deu-me esperança. Apesar de nunca ter votado neste governo e nem simpatizar com o Primeiro-Ministro, dei-lhe a minha confiança, achei que ele ia dar a volta a isto. 
Na sexta feira, ele perdeu a minha confiança. Não entendo como pode subir a contribuição para a Segurança Social em 7%. Simplesmente não entendo, como faz isto num país onde toda a gente já apertou o cinto, fez sacrifícios, e sempre sem uma única contestação. Para mim, este governo não entende minimamente teoria económica. Se entendesse, em vez de subir as receitas à custa do consumo, reduzia a despesa. Acabava com os milhares de fundações que não servem para nada, renegociava as PPPs, reduzia salários e despedia pessoas. Sim despedia pessoas. Se o governo estimulasse verdadeiramente a economia, o privado poderia absorver quem fosse demitido do estado. Expliquei-me porque no privado está tudo a ir para a rua e no público um gajo que é incompetente e que não se importa um car*lho com o que faz fica lá com promoções por antiguidade. 
O governo continua a estrangular a economia real. E isso não pode ser. As pessoas não podem perder um salário a financiar uma coisa que já se sabe que vai falir, como é o caso da Segurança Social. 
Não sou daquelas pessoas que acham que o governo deve dar trabalho, eu acho que o governo deve criar condições para que as empresas criem mais trabalho. Também acho que nenhum trabalho deve ser garantido, e as promoções devem estar assentes em meritocracia. Portanto estou à vontade para falar. 
Até aqui, compreendi, expliquei, defendi. A partir deste ponto, rezo para que os políticos que nunca fizeram nada na vida abram os olhos, e comecem a estudar economia já agora, porque daqui o pouco o país está ainda mais na ruína, e as pessoas viverão ainda com menos. E assim será impossível reduzir défice e endividamento na mesma, porque o consumo move a economia, e o consumo será cada vez menor. 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

A minha avó...

A minha avó nasceu numa aldeia no Alentejo chamada Aldeia de Mato, hoje São Pedro do Corval.
A minha avó conheceu o meu avô, apaixonou-se, casou, e foi feliz com ele até à morte dele.
A minha avó foi grávida de 8 meses e com dois filhos pequenos pela mão do Alentejo até ao Barreiro quando o meu avô conseguiu um emprego em Lisboa.
A minha avó criou 3 filhos numa casa com um quarto e uma sala. E ainda assim nunca lhes faltou nada.
A minha avó foi ama de bebés, senhora da limpeza, costureira e fez ginástica orçamental para dar de comer aos três filhos.
A minha avó teve muitos desgostos na vida, mas também muitas alegrias.
A minha avó vive na mesma casa há 47 anos, uma casa que já esteve cheia com filhos, com netos, de onde a minha mãe e a minha tia saíram para casar, uma casa onde eu fui criada e onde ainda hoje sinto como minha.
A minha avó fala das "velhas" da rua dela, que só se queixam de dores por todo o lado aos 60 anos.
A minha avó ainda vai ao supermercado, ainda trata da casa, ainda me faz o empadão que eu adoro.
A minha avó continua a viver, apesar de ter perdido o companheiro que tanta falta lhe faz.
A minha avó faz hoje 80 anos, e eu não lhe posso dar o abraço que tanto quero dar por estar longe. Mas ao mesmo tempo, a minha avó está sempre comigo, e quando hoje atendeu o telefone à neta mais velha e que vive longe, a minha avó ainda me atendeu com o "então minha menina?" de sempre.
A minha avó é a melhor avó do mundo (pelo menos para mim) e por isso deixo aqui o meu parabéns avó!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Serviço público e outros mitos

Muito se tem falado nos últimos meses sobre a possível privatização da RTP e em que parâmetros se iria proceder à mesma. O óbvio para mim é que um dos dois canais "públicos" deve ser privatizado. Ou então um deve desaparecer. 
Penso que é muito difícil determinar o que é o chamado "serviço público". Muita gente defende que a RTP2 é o verdadeiro serviço público, passa programas culturais, cobre desportos que mais ninguém cobre, passa filmes feitos na Roménia e no Bangladesh. Muito bonito, diferente. Acontece que ninguém vê a RTP2, ou vê programas esporádicamente. Eu mesma de vez em quando vejo algum documentário da National Geographic, ou os Simpsons. Mas aqui mesmo é que está, devería a RTP2 passar os Simpsons? Em que medida passar uma série que está disponível no cabo faz sentido num canal dito público. Por outro lado, a RTP2 não é rentável. Ora, a maioria das pessoas diz "se é público não tem de ser rentável". Discordo totalmente. E discordo ainda mais porque há um outro canal "público" que tem publicidade privada e que também não é rentável. E que tenta ser igual aos canais privados. Qual o sentido disto? Qual o sentido de ter 2 canais que pararam no tempo, que pagam uma fortuna a pivots e apresentadores, e que são dos menos vistos? 
Agora o ponto de se é público não tem de ser rentável. Tem sim. E tem porque os impostos deveriam ser vistos como um investimento e não como dinheiro deitado fora. E infelizmente ainda não percebemos isto em Portugal, seja em relação à televisão, ao serviço nacional de saúde, à educação. Eu explico. Se pago impostos, é porque espero no futuro ter um retorno a esses impostos, vulgo "reforma". O Estado deve então aplicar esses impostos de forma a que no futuro tenha mais dinheiro do que tem agora, ou seja, deve rentabilizar o investimento (impostos). O investidor (todos os portugueses que pagam impostos) deve ter direito a receber o seu investimento mais um bónus por ter emprestado dinheiro ao estado durante tanto tempo. Acontece que isto não está a acontecer. E não acontece porque o dinheiro não é bem investido, pelo menos no caso da televisão pública. E, na verdade, em nenhuma vertente. Se eu pago impostos que financiam o estudo das criancinhas, essas criancinhas devem conseguir trabalhar no futuro para pagar impostos que devolvam o meu capital investido. Além disso, devem contribuir para aumentar a produtividade do país. No serviço nacional de saúde não vou falar agora, penso que existe ainda hoje confusão no que diz respeito ao conceito de estado social. Seguimos o modelo britânico e poderíamos aprender com os nórdicos, mas enfim.
A questão para mim é esta: é um mito pensar que uma televisão como a RTP2 faz serviço público quando só serve para meia dúzia de pessoas, e a RTP1 é mais privada que outra coisa no conteúdo. Para mim, feche-se a RTP2 e altere-se o modelo da RTP1 para ficar mais parecida com a BBC (sempre a referência). Mas também digo, adopte-se o modelo de gestão da BBC...