segunda-feira, 26 de maio de 2014

Sobre as eleições europeias em Portugal

1 - O PS ganhou.
2 - O PSD/PP ganhou porque perdeu mas com pouca margem.
3 - A CDU ganhou porque subiu no número de votos.
4 - O Marinho Pinto ganhou.
5 - O BE ganhou porque ainda assim elegeu um deputado. 
6 - O Rui Tavares perdeu. 

Esta foi a leitura que fiz das declarações dos diversos partidos e analistas que ouvi e li hoje. E isto é ridículo. É ridículo porque:

1 - O PS perdeu, porque deveria ter ganho de uma forma estrondosa, não por 100.000 votos. O Seguro que deixe de ter ilusões, porque ele vai conseguir tanto ser primeiro ministro, quanto eu vou ganhar um Nobel. E ainda bem. O PS sempre foi a minha cor política, mas neste momento não tem uma liderança minimamente forte. Venha o António Costa!

2 - A Aliança Portugal perdeu, não nos podemos esquecer que são dois partidos coligados. As (pouquíssimas) pessoas que votaram tentaram dar um cartão amarelo a esta política de austeridade (só para alguns). É verdade que tomaram medidas para melhorar a economia - insuficientes a meu ver. E ainda se está a emitir mais dívida. E a subir impostos, que é uma medida puramente temporária e não sustentável. Ninguém que ganhe 500 euros por mês consegue sobreviver a uma política de aumento de impostos como a que estamos a ver. E os pequenos negócios também são altamente prejudicados. Ao mesmo tempo continuo a ver contratações para o Governo de miúdos de 27 anos a ganhar 3000 euros por mês (já sei que não é assim que se resolve, mas há que dar o exemplo, lá está). O Estado precisa de uma reestruturação profunda, e isso ninguém tem coragem de fazer. 

3 - Os votos de protesto foram na CDU, e nada mais. Não têm a mínima hipótese de formar Governo (graças a Deus nosso Senhor), mas ao mesmo tempo é bom que continuem a existir. 

4 - O Marinho Pinto também beneficiou do seu perfil público de "justiceiro" e, uma vez mais, recebeu votos de protesto de quem já não acredita em nada. 

5 - O BE morreu ontem. E isso é bom.

6 - Rui Tavares tem um ego gigante e esqueceu-se que não é por ter feito a gracinha de se zangar com o seu partido a meio do mandato que ia agora gerar uma onda de apoio em torno a si. Não dizer quem apoiava para presidente da comissão também não ajudou. 

Como este ano cumpri o meu dever de cidadã europeia aqui em Madrid, votando para os partidos espanhóis, farei também uma leitura do que se passou em Espanha e na Europa em geral.

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