quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O meu ano

Há exatamente 1 ano que não publico nada neste blog. Não é que tenha deixado de ver blogs, vejo bastantes e com regularidade, mas não tive inspiração. Passaram-se muitas coisas em 2016, mas não me apeteceu publicar ou não tive tempo. Não sei porquê, sinceramente. Quando hoje vi que há 1 ano que não escrevia nem acreditei, passou tão rápido.
2016 foi um ano especial. Foi o ano em que fiquei noiva (caso a 1 de Abril, de verdade J), o ano em que despediram 5000 pessoas no meu trabalho mas em que fiquei responsável de equipa, o ano em que o meu pai melhorou da sua doença rara graças a um ensaio clínico.
 Foi também o ano em que perdi (perdemos) referencias. A começar pela perda do meu post anterior – David Bowie. Ainda não acredito que o perdemos, e é incrível como uma pessoa que não conhecemos pode ser tão familiar. Acreditei que algumas canções do Bowie tinham sido escritas só para mim. Ainda hoje tenho uma canção do Bowie para quando estou triste, feliz, a precisar de pensar, para dançar.
Vai que em 2016 também morreram o Prince e o George Michael, mas a segunda morte que me tocou foi a de Leonard Cohen, para mim o maior dos cantautores (que me desculpem os fãs do Nobel (!!!) Bob Dylan). Impossível não sentir as suas canções, a profundidade daquela voz. Sim, deixou-nos já passados os seus 80 anos, mas ainda assim foi uma perda enorme.
Eis que quase quase no final do ano morre a Carrie Fisher. Eu AMO Star Wars mas a morte da Carrie Fisher foi mais do que a morte da princesa Leia: foi a morte de uma mulher que foi uma das maiores vozes do combate às doenças mentais, tão incompreendidas pela sociedade. Foi uma mulher que representava para mim o que o feminismo deve ser, a igualdade, a inteligência mas sem deixar os sentimentos femininos para trás. A morte da Carrie Fisher tocou-me muito, mesmo.
Acabou 2016, e em 2017 já ocorreu uma morte que nunca pensei que me tocasse tanto: Mário Soares. Na minha linha do pensamento político, Mário Soares foi um dos piores primeiros ministros de Portugal. Nos últimos anos não dizia nada com sentido. Há quem diga que foi um anti-democrata, eu acho que ele só estava velho e a cabeça já não era a mesma.
É inegável no entanto que o Mário Soares sacrificou muitas vezes a sua vida pessoal por Portugal. Que esteve preso, que esteve exilado. Que criou a alternativa ao PCP e que graças a ele temos uma democracia. Acho triste só se falar nos erros que cometeu (foram muitos), quando políticos destes já não existem. Milhares de histórias existem sobre o Mário Soares (o Expresso vai publicar 5 histórias esta semana, recomendo a leitura) mas deixo uma que sempre gostei.


Nas presidenciais de 1986, Soares estava muito longe dos restantes candidatos, Freitas do Amaral e o amigo de sempre e apoiado pelo PCP Francisco Salgado Zenha. No debate contra Salgado Zenha, Soares diz-lhe a certa altura com aquele ar triste “nós eramos como irmãos”, ao que Salgado Zenha responde “eu nunca fui seu irmão”, entendendo que Soares se refería à Maçonaria. Salgado Zenha perdeu nesse dia as eleições para Mário Soares, e graças ao PCP que pediu aos seus eleitores para taparem a foto de Soares com a mão mas porém a cruz no sítio certo, Freitas do Amaral também perdería as eleições e nasceria o primeiro presidente civil de Portugal democrático: Mário Soares. 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

De certeza que hoje há Life on Mars...

Esta manhã acordei com o aviso de notícias do Observador e não podia acreditar no que li: David Bowie morreu. Lá em casa somos fãs incondicionais do The Thin White Duke e o nosso dia ficou logo triste. 
Infelizmente nunca consegui vê-lo ao vivo. 
RIP Ziggy


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Silly Season #2

Um homem mata um leão no Zimbabué. O mundo revolta-se pela morte do leão e pede... a morte do homem. Mundo irónico este, não é? 
O miúdos que passam fome no Zimbabué, mais do que o leão alguma vez passou, esses são totalmente esquecidos. 

Silly Season #1

Pelos vistos, o Putin acha que o Blatter é merecedor do Nobel da Paz. 
Bom, se até o Kissinger foi... Why not?

quinta-feira, 11 de junho de 2015

God only knows...

What I'd be without you...


Adoro esta música e fez parte de um vídeo muito bonito feito pelo mais que tudo no meu 30º aniversário...

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Coisas que me irritam

Gente a comer maçãs de boca aberta no meio do trabalho. 
E cortar a maçãzinha? Just saying...

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Bullying

A propósito do vídeo que se tornou viral de umas miúdas a baterem num miúdo, tenho a dizer que isso é gente má, não são coitadinhos. São maus! 
Quando eu andava na escola, não se chamava bullying àquilo que passei.
Chamava-se "miúdos que fazem brincadeiras" ou "miúdos mauzinhos". A resposta não era nas redes sociais, era a avó em casa a dizer "deixa lá, não lhes ligues" (e com razão). Quando o meu pai decidiu ir à escola já era tarde demais. Acho que ele não percebia a gravidade (eu não contava o que efectivamente se passava) e quando viu o inferno a que era sujeita todos os dias agiu. 
Não serviu de nada, nessa altura as escolas tinham como resposta "tens de te integrar mais com os colegas".
O primeiro episódio de bullying que tive foi ainda no infantário. Miúda dócil e sem maldade, deixei que me acusassem de uma coisa que não fiz e fui castigada por isso. 
Na escola primária, o passatempo favorito de alguns colegas era o "vamos deixar de falar com ela por nada". Quem fazia isto era a minha "melhor amiga" segundo a própria. Anos e anos nisto. 
No 5º e 6º ano foi quando tudo piorou. Chamavam-me tudo, todos os dias. TODOS os dias. Um dia era marrona (sempre fui boa aluna, mas nunca marrona), copiona (claro, marrona um dia, copiona no outro), feia, gorda, mete-nojo, menina do papá, mimada (quem me conhece sabe que é coisa que jamais fui), betinha, horrorosa, porca, de tudo. Foi muito mais violência psicológica que física, nunca me bateram efectivamente, mas um dia resolveram rasgar-me a saia e fiquei de cuecas no meio da escola. Constantemente riam-se da minha figura. Nunca me deixaram ser simpática. Uma vez convidei para o meu aniversário, todos disseram que iam, ninguém foi. 
As minhas supostas amigas, assim que começava o pesadelo viravam a casaca para não serem conotadas comigo. Passava semanas sem falar com ninguém. 
Aos 12 anos mudei de escola e a coisa melhorou. A turma era outra, conheci outras miúdas que ficaram do MEU lado como verdadeiras amigas e não deixaram voltar à humilhação constante de que fui vítima dos 5 aos 12 anos. 
Aos 13 anos tive o meu primeiro ataque de pânico. Aos 15 fui internada no hospital porque não conseguia parar de vomitar (era o meu sintoma de ataque de pânico). Foi-me diagnosticada uma depressão e fiz terapia até aos 20 anos. 
A minha auto-estima na adolescencia era abaixo de zero. Os ataques de pânico eram causados por ver-me ao espelho. O meu passatempo favorito era chorar. Os meus pais estavam desesperados. 
A terapia ajudou-me muito (mesmo!) e aprendi a gerir de forma diferente os meus ataques. Não tenho um ataque há 7 anos (o último foi quando terminou uma relação).
Mas ainda hoje luto para ter auto-estima. Só que hoje sei que eu fiquei mais forte, sei que eu era superior a todos eles. 
De todos, eu fui quem teve mais sucesso, a todos os níveis. A burra das negativas que me chamava marrona vive de rendimentos mínimos, nunca lutou na vida. 
Aqui há uns tempos, decidiram promover um encontro. Não quis ir, não me apetece. Mas sorri, quando discutiram onde ir, quando vi os trabalhos que têm, quando vi que eles riram lá atrás no 5º ano, mas eu riu AGORA.