segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sobre lidar com a dor

Cada um é como cada qual, e isso não tem discussão possível. 
Quando ela me avisou na passada sexta-feira que a mãe não tinha resistido à luta que já travava pela segunda vez há 3 anos, não duvidei e fui comprar um voo que me permitisse voltar a Lisboa o mais rapidamente possível. Foi triste, muito triste. Ela lidou com a dor como sempre lida: fingiu que não se passava nada. Estava ali, impávida e serena, para não se abrir com ninguém sobre o que sentia, com o medo que eu sei que ela tem de se abrir demasiado e não conseguir parar de sentir a dor que está lá. Fez confusão, que fez, mas quem a conhece sabe que aquilo é só fachada, que ela prefere sofrer em privado. 
Eu não sou assim. No dia que o meu avô partiu não consegui conter nada, não consegui evitar mostrar que o meu mundo se tinha desmoronado. Mas aceito que ela não seja assim. 
Todos lidamos de forma diferente com a dor, mas todos temos de lidar com ela. É isso que me preocupa, que não se lide e que se esconda e que se tente não fazer o luto que é sempre necessário. 

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