segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A esquerda caviar e a defesa do indefensável

Existe em Portugal e também noutros países do mundo o fenómeno da esquerda caviar.  Esta esquerda normalmente é representada por pessoal cool, que gosta de usar calças de ganga e ténis no Parlamento, que normalmente chama fascista a quem não concorda com o que eles dizem, e que está em tudo quanto é manifestação. Normalmente são muito coerentes, atacando a capacidade bélica dos Estados Unidos, mas defendendo o Irão e a Coreia do Norte, atacando os ricos e chamando-os de fascistas, mas vivendo em boas casas e indo ao Bairro Alto e a tudo quanto é restaurante da moda. 
Vem este tema ao caso por duas razões distintas. Antes de mais, devo fazer aqui uma declaração de interesses. Desde os meus 18 anos que só votei uma vez mais à direita. De resto, sempre centro esquerda. Por isso penso que não sou suspeita para falar. 
Estes amiguinhos da esquerda caviar em Portugal normalmente estão filiados no Bloco de Esquerda, esse grande partido que contribui com tantas propostas viáveis para o nosso país como eu contribuo para investigações sobre física quântica, ou seja, nada. Normalmente centram a solução para a crise que eles também ajudaram a criar (não os vejo a abdicar de financiamento de campanhas nem nada) num imposto sobre "grandes fortunas". Esquecem-se que no dia que esse imposto fosse aprovado, tudo quanto é grande fortuna bazava do nosso jardinzinho. E ninguém ia pagar esse impostozito. Mas pronto, a capacidade de pensar mais além não é muita. Aliás, basta ver a "igualdade" que defendem, atacando tudo quanto são "patrões", incluindo os das pequenas empresas que se esfalfam a trabalhar para manter trabalhadores. Sim, muito injusto, mas quando se trata de aumentos para a função pública, aí a conversa já é outra. Montes de gente no desemprego e a ganhar o salário mínimo, mas estes queridos estão sempre do lado dos funcionários que não podem ser despedidos e que não falham um aumento. 
Mas como disse antes, escrevo este post por duas razões. É que estes amigos gostam muito de defender o que não é defensível. Exemplo número 1: a "greve geral" (só para alguns) e a vergonha que aconteceu depois em frente à Assembleia. Antes que me comecem já a chamar fascista, deixo claro que sou contra qualquer tipo de violência. Mas não sou contra que a polícia reaja depois de estar 2h a aturar manfios que estiveram a destruir património para atirar tudo quanto era pedras e garrafas de jolas de cara tapada aos polícias. E desculpem lá, a partir do momento que essa gentalha começa a fazer isso, as pessoas de bem só têm é de se ir embora. Não têm de ficar a ver à espera de que alguém se passe, como aconteceu. Claro que os defensores da moral marxista e trotskista vieram logo chamar fascistas aos polícias, ao ministro, e a todos os que defenderam a polícia. Quando se esgotaram os argumentos, disseram que os idiotas eram das claques de futebol. Não discuto, mas não eram só de claques. Por exemplo, estavam lá estivadores, esses coitadinhos que nos estão a fazer perder dinheiro todos os dias. Uma vergonha portanto. Isto revolta-me. Simplesmente. 
O segundo caso prende-se com a concepção geral de que quem tem dinheiro é fascista e se se dedica a causas nobres é por caridadezinha. Falo, está claro do caso da Isabel Jonet. Vou ser sincera, se eu tivesse o dinheiro que ela tem não sei se dedicaria 20 anos a uma causa como o Banco Alimentar, portanto dou-lhe muito valor. Agora ela cometeu um grande erro: disse que os portugueses têm de se adaptar a viver com menos dinheiro, porque viviam muito acima das suas possibilidades. Vi o vídeo e foi isto que retirei das declarações dela. Dou de barato que deu exemplos um bocado tontos, mas na essência foi isto. Estes mestres da igualdade até já queriam fazer boicote ao Banco Alimentar, que dá de comer a tanta gente. Já fiz voluntariado no Banco Alimentar e garanto que é uma loucura a quantidade de comida que lá chega. Nunca vi lá meninos de arafat ao pescoço, mas vi muita gente "fascizóide". 
Resumindo, gostaria que estas pessoas um dia tivessem vergonha na cara e fossem menos hipócritas. Sim, hipócritas, porque enquanto uns andam a ir fazer fila para o BA, eles sim andam a comer bifes no Café de São Bento. 

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