terça-feira, 28 de maio de 2013

Co-adopção

Na semana passada, aprovou-se em Portugal a nova lei da co-adopção por casais homossexuais. Como era de esperar, esta aprovação gerou uma polémica gigante. Algumas pessoas até parece que confundiram o conceito com a adopção pura e dura e começaram a debitar coisas espectaculares como "viver numa instituição é melhor que ser seduzido pelos pais" ou "os homossexuais são promiscuos". Como se não existissem milhares de casos de abusos sexuais de crianças em famílias heterossexuais e en instituições.
Mas não interessa, não vou dar publicidade a essa gente de cabeça fechada.
Eu sou a favor da adopção por casais homossexuais. Compreendo que seja preferível ter um pai e uma mãe, mas compreendo também que é infinitamente melhor ter um pai, uma mãe, dois pais ou duas mães que não ter nem pai nem mãe. Ou ter um pai e / ou uma mãe que maltrate. Para além disso, recuso o argumento de que casais heterossexuais vão deixar de adoptar uma criancinha para ser dada a um casal homossexual. Jamais uma assistente social faria essa preferência. Mas talvez os homossexuais não preferissem apenas bebés y pudessem adoptar crianças que ninguém quer, infelizmente.
Mas estou-me a desviar do tema. O tema é co-adopção. E para ilustrar porque sou totalmente a favor da co-adopção, começo por dizer que, em Portugal, é permitido que haja um pai solteiro e uma mãe solteira (ambos casos válidos também para adopção, ou seja, uma pessoa solteira pode adoptar). Ou seja, uma criança que seja filha de um homossexual e viva com ele, pode perfeitamente ser criada por um casal de homossexuais. Supunhamos então que a Joaninha, que vive desde que nasceu com o Pedro (a mãe desapareceu do mapa) e que vive desde os 3 anos com o António tem agora 10 anos e o que o seu pai (Pedro) acaba de ter um acidente e morreu. O Pedro não tinha família, e da família da mãe ninguém sabe. Que se faz com a Joaninha? Leva-se para uma instituição? Dá-se a uma família de acolhimento? Ou deixamos-la com o António que é a única família que ela conhece?
Antes da aprovação da co-adopção, estas dúvidas existiam. Depois já não, e a isto chamo proteger a criança.

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