sexta-feira, 15 de julho de 2011

Os exames nacionais e a educação em Portugal

Li agora mesmo a opinião da K. sobre o Ensino e a polémica criada pelo facto dos resultados nos exames nacionais terem sido dos piores dos últimos anos, pelo menos a Português e a Matemática. Podem ler aqui a sua opinião. Normalmente temos opiniões mais ou menos diferentes sobre vários temas, mas acabo por concordar com ela neste texto, especialmente num ponto que é o papel dos educadores em casa.
Toda a minha vida andei na escola pública. Tive professores fantásticos, alguns bons, outros mais ou menos e vários muito maus. O mesmo pode ser aplicado aos meus colegas, apesar de nunca ter estado numa zona problemática (a velha desculpa dos rendimentos), tive colegas que simplesmente didn't give a shit para a escola. Normalmente achavam-se os palhacinhos e faziam questão de gozar com quem lá estava para aprender. Apesar de tudo, tive bons resultados, entrei na Faculdade e saí de lá muito bem também.
Sempre gostei de estudar, aprender coisas novas, fazer o esforço naquela disciplina que "era uma seca" (para mim tudo o que fosse EVT e afins). Mas acho que este gosto pela aprendizagem não nasce connosco. Sim, claro que há pessoas que têm mais facilidade em compreender certas coisas que outras, mas eu acredito que está ao alcance de todos ter bons resultados. O truque é só um, a educação em casa.
Desde muito nova, tive o estímulo a aprender em casa, fosse com os pais, fosse com a minha tia 18 anos mais velha que tinha toda a paciência do mundo para me ler histórias e explicar o que eram as letras e os números. Foi-me sempre ensinado a respeitar professores e colegas, mesmo aqueles de quem não gostamos. Também cedo entendi que, para ser alguém, só com trabalho árduo que começa na escola.
Hoje em dia, não é "fixe" gostar da escola. Os miúdos geração "Morangos" em vez de terem disciplina em casa, têm protecção contra tudo (incluindo o professor que lhe manda um berro para se calar) e, acima de tudo, facilitismo. É normal ver um miúdo de 15 anos com um iPhone última geração. Quem o comprou? Será que ele tem mesmo a noção que para se ter certas coisas é necessário trabalho? Dará algum valor ao dinheiro (o valor real)?
Penso que não.
Penso mesmo que esta é a questão fulcral da educação em Portugal. Se as aulas estão desviadas do que é pedido nos exames, há que exigir mais nas escolas, sob pena de ter os paizinhos todos lá em cima a pedir explicações para o facto do filhinho ter sempre negativa.
Tenho esperança que a exigência seja um factor comum a todas as escolas do nosso país e que o facilitismo desapareça. Penso que o Nuno Crato terá isso em mente como novo ministro da Educação.
Talvez assim se comecem a mudar mentalidades onde é mais fácil fazê-lo (as crianças) e nas próximas gerações o nosso país mude para melhor.

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