quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Sobre segundas oportunidades

Nestes 28 anos tive 3 relações "sérias". Uma dos 16 aos 21, 4 anos e meio com uma pessoa excelente, mas da qual me afastei com o crescimento, a ida para a faculdade, etc. A segunda durou 6 meses, mas na verdade foi muito mais marcante que a primeira, e o seu final foi o que me motivou ainda mais para vir para fora, trabalhar no estrangeiro. Ele acabou comigo num sábado e segunda pedi transferência. Perdi 10 kgs num mês e estive provavelmente 1 ano deprimida. Hoje olho para trás e juro que quase mando uma mensagem ao meu ex a agradecer-lhe por ter acabado comigo. Na altura foi horrível, mas a verdade é que se ele não tivesse acabado comigo naquele momento eu não teria vindo para Madrid, não teria conhecido amigos maravilhosos, viajado como viajei nestes últimos 4 anos e, especialmente, não teria conhecido o meu querido namorado que, por acaso, até tem o mesmo nome do ex.
A minha relação com o M. começou há quase 2 anos, quando nos conhecemos. No inicio era uma coisa muito informal, ele claramente não estava preparado para assumir ninguém, preferindo ir provando vários pratos. Eu também não queria assumir ninguém, não me considerava apaixonada por ele, era só uma "amizade colorida" com uma pessoa porreira, inteligente e que me divertia.
Com o passar do tempo, achei que era hora de avançar. Foi então que ele me disse que não estava interessado em deixar as outras "amigas". Disse ok, entre outros desaforos dignos de novela, e nunca mais lhe disse absolutamente nada. Até ao dia em que ele me ligou a convidar para jantar. Tinha passado mais ou menos um mês. Decidi consultar as minhas amigas, se ia jantar com o anormal ou não. Depois de receber uma mensagem dele que dizia mais ou menos "fui um anormal, deixei todas, percebi a falta que me fazes, por favor janta comigo" decidi ir ver no que dava. E no que deu foi na relação que temos hoje. De confiança, sim, de confiança, porque eu sei que ele na altura tinha de viver o que viveu e hoje está comigo e ponto. De muito respeito, admiração e amor. Muito amor. Como nunca tinha tido e sentido.
Divertimo-nos muito juntos, mas mesmo muito. Somos muito diferentes, mas ao mesmo tempo parecidos.
Ele trabalha numa coisa totalmente diferente, o que para mim é um alívio, para acalmar-me do stress que me causa o meu querido local de trabalho.
Hoje em dia, o meu momento preferido é quando oiço de repente a chave dele na minha casa e quando ele me diz alegremente "cheguei!". Como já não gostamos de estar cada um na sua casa, vamos começar a procurar o nosso lar. Em conjunto.
Se há uns anos me perguntassem se daria uma segunda oportunidade a um cabraozinho como ele era, diria claramente que não. Hoje digo que toda a gente merece uma segunda oportunidade, porque por vezes há que deixar essas pessoas perceberem por elas mesmas o que querem, para que entrem em força numa relação. Ainda bem que as minhas amigas não tiveram a mesma opinião que eu e me convenceram a ir jantar com ele. Ainda bem, porque eu não sei o dia de amanhã, mas hoje pelo menos sou muito feliz.

2 comentários:

  1. Gostei tanto de ler este post :) Beijinho grande com muita saudade.

    P.S.: o novo lar implica 2 quartos? LOL

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