quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Assusta-me...

Assusta-me, mesmo, que em pleno século XXI ainda haja tanta intolerância com relação ao diferente.
A propósito do homicídio do Carlos Castro em NYC, todos os dias vejo novos comentários na internet sobre como merecida foi a sua morte, que era um pedófilo (acho lindo, o assassíno tem 21 anos, mas para isto é considerado uma criança), que os gays deveriam todos ter o mesmo fim. Independentemente de se ser homofóbico ou não, foi uma pessoa que foi brutalmente assassinada por uma outra pessoa que pode ou não ter desiquilíbrios, mas que escolheu ir com a vítima para o outro lado do Atlântico passar o fim do ano e que acabou por assassinar uma pessoa. Atenção, não foi uma morte acidental. A vítima foi espancada por uma "criança" de 21 anos e 1,90m durante uma hora, levou com um computador na cabeça, os olhos foram vazados e foi castrada. Para mim, não há razão no mundo que justifique este comportamento, ainda para mais quando se trata de uma pessoa que se aproveita das possíveis oportunidades que a outra le podería ou não oferecer no mundo da moda. Para mim, se ele não é homossexual, é um prostituto, e isso sim é muito grave. 
No entanto, os comentários nos jornais portugueses defendem... o assassíno. Que teve de ter uma razão muito forte para fazer o que fez, que se sentiu enganado... Todos os maridos que matam as suas mulheres também têm razões muito fortes para o fazer... na cabeça deles claro. O que é incrível é que a esses ninguém defende (e ainda bem), mas como se trata de um homossexual, o rapaz já é um coitadinho... ESTE CRIME TEVE REQUINTES DE MALVADEZ e ainda fazem acções de solidariedade para com o ASSASSINO??? Que país é este???
Assusta-me, e muito, que não haja qualquer tipo de tolerância para com os homossexuais, que defendam que estes destroem o modelo de família. Primeiro que tudo, quem destrói o conceito de família são as próprias famílias que maltratam as suas mulheres, filhos, onde não há amor nem respeito. Segundo, aqui há uns anos, quando as mulheres não podiam trabalhar, votar, nem sair de Portugal sem a autorização do marido, o argumento também era para manter o conceito de família. Se calhar também era melhor voltar a isto não? Só espero que estes "donos da verdade" nunca venham a ter um filho gay, porque aí é melhor que se preparem, vão sofrer muito e não vão estar preparados para aceitar os seus filhos e isso sim, destrói uma família...

1 comentário:

  1. Juro que tinha um texto com pés e cabeça para partilhar aqui contigo, a explicar o meu ponto de vista que vai (quase!) de encontro ao teu.
    Mas, atolhada em trabalho como ando, não tive tempo.

    é só para te dizer que quase que concordo contigo. quase.

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