segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Passou a temporada eleitoral...

Pois é, mais umas eleições em Portugal sem surpresas. A abstenção foi de 53.37% (!!!), os votos em branco foram 4.26% e até um palhaço madeirense conseguiu uns expressivos 4.50%. Quanto aos seus companheiros de eleição, a esquerda foi derrotada sem surpresas (pode ser que aprendam com os erros de casting) e o candidato-presidente ganhou, embora com menos votos do que a abstenção.
Sobre a abstenção, tenho a dizer que sempre fui contra. Para mim, se não se quer votar em alguém vota-se em branco. Nos últimos tempos tenho vindo a mudar de ideias. Não só porque estou impedida de votar por viver no estrangeiro (tentem ir ao Consulado português em Madrid para tratar das coisas para votar lá e vão ver qual a resposta... garanto que desistem na hora), mas também porque considero que o facto de que a maioria da população não se dar ao trabalho de sair de casa para por uma cruzinha num papel revela que já nos estamos todos nas tintas para estes vermes que povoam a política portuguesa.
Vejamos as análises de resultados de ontem... absolutamente RIDICULAS. Para uns Cavaco Silva foi o legítimo vencedor, para outros não, porque houve tanta abstenção que o senhor acabou por ser reeleito com 2.230.104 votos, quando o total de eleitores ascende a 9.629.630. Assim que 23.16% das pessoas inscritas nos cadernos votaram Cavaco Silva. O Manuel Alegre teve uns "votos reais" de 8.64% e a abstenção teve 53.37% das preferencias. Estes deveriam ser os dados que nos apresentam. Sabem porquê? Porque são estes dados que nos mostram que este país está mesmo nas ruas da amargura. E o mais ridículo é que havia mais gente a querer votar e não pôde devido a problemas informáticos. RIDICULO, mais uma vez.
Em 2016 voto Tino de Rans ou no gajo que ganhou a casa dos segredos. Afinal de contas, não há de faltar muito para termos um candidato destes.
É triste, mas é o que temos, uma merda de política, uma merda de políticos, uma merda de burocratas, uma merda de comentadores políticos que agora já rezam para que o cavaquinho de Boliqueime deite o governo abaixo (como se isso resolvesse alguma coisa, aliás, só servia para nos afundar ainda mais).
Hoje, definitivamente estou triste com Portugal.

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